Os incêndios que atingem os Estados Unidos desde a semana seguem consumindo cidades e florestas — já são três estados atingidos — e ganhando espaço na disputa pela Presidência. Donald Trump anunciou que fará, amanhã, uma visita à região mais atingida pelo fogo, a Califórnia. Segundo a Casa Branca, o presidente, em campanha pela reeleição, vai supervisionar as obras de contenção. A chapa democrata, por sua vez, critica o modo como o republicano lida com o problema climático. Especialistas acreditam que o tema será um dos tópicos de maior relevância na disputa eleitoral.
Dezenas de incêndios arrasam os estados de Washington, Oregon e Califórnia, alimentados pela seca e pelos fortes ventos. Ontem, havia ao menos 100 focos de incêndio, dezenas de desaparecidos e, ao menos, 25 mortos. “Prevemos que o número (de mortos) aumente à medida que retornemos às áreas devastadas pelas chamas”, alertou governador da Califórnia, Gavin Newsom.
Os últimos anos foram marcados por eventos meteorológicos extremos, e a mudança climática, pela primeira vez, impôs-se como um dos principais temas das eleições presidenciais. Analistas sinalizam que os temas de transição ecológica e economia verde converteram-se em prioridades para os americanos, principalmente os democratas. “A mudança climática nunca havia sido antes um dos temas importantes para a base de um dos partidos políticos”, avalia Anthony Leiserowitz, da Universidade de Yale, que, desde 2008, faz pesquisas de opinião sobre o assunto.
Ontem, Joe Biden, o candidato democrata, escreveu sobre as queimadas em sua conta no Twitter. “A ciência é clara, e sinais mortais, como os incêndios no Ocidente, são inconfundíveis. As mudanças climáticas representam uma ameaça existencial ao nosso modo de vida. Devemos agir agora para evitar um futuro definido por tragédias como a que as famílias americanas estão enfrentando hoje”, publicou.
Trump, por sua vez, não tem falado mais em “farsa climática”, um termo que era recorrente em seus discursos. Recentemente, prorrogou uma moratória sobre as perfurações de petróleo no Atlântico próximas à costa de vários estados governados por republicanos, incluindo a Flórida, que eram contrários à exploração para proteger praias e atividades turísticas.
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