Costa Oeste

Incêndios deixam 31 mortos nos EUA; Trump visitará região afetada

Na última semana as chamas provocaram mortes na Califórnia, no estado de Washington e no Oregon. Dezenas de pessoas estão desaparecidas

Agência France-Presse
postado em 13/09/2020 19:26 / atualizado em 16/09/2020 15:54
 (crédito: David Ryder / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
(crédito: David Ryder / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

Autoridades locais da costa oeste dos Estados Unidos, devastada por incêndios que deixaram pelo menos 30 mortos desde o início do verão, acusaram neste domingo Donald Trump de negar a mudança climático, um dia antes de uma visita do presidente à Califórnia para avaliar os danos.

Para as autoridades locais e muitos especialistas, a escalada dos incêndios florestais, que vão do Canadá até o México, está sem dúvida vinculada à mudança climática, que agrava a seca crônica e provoca condições climáticas extremas.

Na última semana as chamas provocaram mortes na Califórnia, no estado de Washington e no Oregon. Dezenas de pessoas estão desaparecidas.

Trump, que se reunirá na segunda-feira com autoridades dos serviços de emergência, atribuiu os incêndios à gestão das florestas nos estados controlados por rivais democratas.

"O tema é gestão florestal", disse o presidente republicano no sábado em um comício de campanha em Nevada, sem mencionar a mudança climático. "Recordem estas palavras: gestão florestal".

As palavras provocaram muitas críticas. "O governo esconde a cabeça no tema ambiental", acusou o prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti.

"Não se trata de gestão florestal. Aqueles que vivem na Califórnia ficam insultados com essa afirmação", declarou ao canal CNN.

"É irritante ter um presidente que nega que não se trata apenas de incêndios florestais, e sim de incêndios climáticos", afirmou a ABC Jay Inslee, governador do estado de Washington.

O estado do noroeste dos Estados Unidos, onde uma pessoa morreu nos incêndios, vive uma situação "apocalíptica", segundo Inslee, com as chamas e milhares de pessoas que perderam suas casas.

No sábado, Joe Biden, o rival democrata de Trump na eleição presidencial de 3 de novembro, também atacou o chefe de Estado.

"O presidente Trump pode tentar negar a realidade, mas os fatos são inegáveis. Devemos agir absolutamente para evitar um futuro marcado por um dilúvio interminável de tragédias, como as que sofrem hoje as famílias americanas da costa oeste", afirmou em um comunicado.

- Dois milhões de hectares -


Na Califórnia, o balanço subiu para 14 mortos, 12 deles no condado de Butte, que ainda lembra dos incêndios de novembro de 2018 que deixara 86 mortos e devastaram a cidade de Paradise.

Oito pessoas morreram nos incêndios de agosto.

Os incêndios queimaram 1,2 milhão de hectares este ano na Califórnia, um recorde. Quando adicionadas as áreas incendiadas no Oregon e no estado de Washington, as chamas consumiram dois milhões de hectares.

E a temporada de incêndios deve seguir, em tese, até novembro.

Os incêndios provocaram cortinas espessas de fumaça que contaminam o ar. A maior cidade do Oregon, Portland, registra neste domingo o maior índice de poluição do mundo, de acordo com uma classificação da empresa IQAir.

No Oregon, onde mais de 400.000 hectares foram queimados, sete pessoas morreram durante a semana. Mas as autoridades temem um número maior assim que as equipes de emergência conseguirem alcançar áreas isoladas pelas chamas.

O fogo ameaça áreas do Oregon onde vivem 500.000 pessoas.

Famílias da cidade de Estacada que abandonaram suas casas no início da semana encontraram refúgio no estacionamento de uma universidade em Gresham (20 km ao leste de Portland).

Alguns moradores decidiram voltar no sábado a Estacada, onde o perigo não parecia tão iminente. No centro da cidade, alguém instalou um grande cartaz com a mensagem "Nós enfrentamos isto juntos".

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