Washington, Estados Unidos - O procurador-geral dos Estados Unidos, Bill Barr, enfrentou duras críticas nesta quinta-feira (17), depois de comentar que os confinamentos adotados para evitar a disseminação da covid-19 foram a "maior intrusão" nas liberdades civis americanas "desde a escravidão".
Barr, um dos fiéis aliados do presidente Donald Trump, fez o comentário na quarta-feira, atacando as duras medidas de confinamento decretadas em alguns estados, muitos deles sob liderança de governadores democratas.
"Decretar um confinamento nacional, ordenando a ficar em casa, é como uma prisão domiciliar", declarou Barr durante uma apresentação no privada e conservadora universidade de Hillsdale, em Michigan (no norte do país), de acordo com vídeos postados na internet.
"Além da escravidão, que era um tipo diferente de restrição, esta é a maior intrusão às liberdades civis na história americana". O veterano deputado da Câmara, James Clyburn, reprovou o comentário, chamando-o de "a coisa mais ridícula, estranha e horrível" que ele já ouviu.
"É incrível que a autoridade da aplicação da lei neste país compare a escravidão humana com o conselho de especialistas para salvar vidas", opinou Clyburn à CNN. "A escravidão não era sobre salvar vidas, mas desvalorizá-las", ressaltou.
O Partido Democrata se referiu à declaração de Barr como um de seus muitos "comentários inaceitáveis". Os Estados Unidos têm o maior número de mortes no mundo por causa do novo coronavírus, com quase 200.000 vítimas.
Trump, que concorre a um segundo mandato nas eleições de 3 de novembro e enfrenta o candidato democrata Joe Biden, expressou ceticismo sobre as práticas de confinamento na luta contra o vírus, argumentando que a economia pagou um alto preço pelas medidas.
Muitos estados, principalmente no sul, começaram a flexibilizar as práticas ainda na primavera, antes de serem forçados a reconsiderá-las devido ao ressurgimento de casos.
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