Símbolo da luta pela defesa dos direitos civis e pela igualdade de gênero nos Estados Unidos, a juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos Ruth Bader Ginsburg, morreu, ontem à noite, aos 87 anos de idade, após uma longa batalha contra um câncer de pâncreas. Indicada pelo ex-presidente democrata Bill Clinton, Ginsburg serviu por 27 anos o tribunal, que anunciou seu falecimento, por meio de um comunicado.
“Nossa nação perdeu uma jurista de relevância histórica”, ressaltou o presidente da Corte, John Roberts, ao falar sobre a decana. “Hoje, estamos de luto, mas confiamos que as gerações futuras lembrarão de Ruth Bader Ginsburg como nós a conhecemos: uma incansável e obstinada campeã da justiça”, acrescentou.
O presidente Donald Trump foi informado do falecimento da magistrada por repórteres que o acompanhavam em Minnesota, onde fazia campanha. “Ela acaba de morrer? Eu não sabia. Ela teve uma vida incrível, o que mais se pode dizer?”, disse o chefe da Casa Branca.
A menos de dois meses para as eleições presidenciais americanas, analistas consideram provável que Donald Trump, candidato à reeleição, seja rápido na indicação do sucessor de Ginsburg, segunda mulher a se tornar juíza da Suprema Corte.
Trump tem orgulho de já ter levado dois juízes ao Supremo Tribunal Federal. Mas os cinco magistrados conservadores não são um bloco homogêneo e, recentemente, alguns uniram suas vozes às de seus colegas progressistas.
O Senado, controlado pelos republicanos, também poderia confirmar uma indicação em tempo recorde para garantir uma maioria conservadora na corte, que tem a última palavra em muitos dos temas mais sensíveis que dividem o país atualmente: do aborto, passando pelo porte de armas, até os direitos civis e a pena de morte.
Pouco depois da notícia do falecimento de Ginsburg, o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, disse que organizará uma votação antes das eleições de 3 de novembro, se o chefe da Casa Branca fizer a indicação do substituto em breve.
Ginsburg era uma dos quatro integrantes considerados progressistas da Suprema Corte. Considerada uma brilhante jurista, ela tornou-se um ícone pela independência de critério e o apoio às causas das mulheres, das minorias e do meio ambiente. Em julho, a juíza anunciou ter sofrido uma recidiva de um câncer no fígado. Na ocasião, ela garantiu que não deixaria o cargo na Suprema Corte.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.