Teerã, Irã - A advogada iraniana defensora dos direitos humanos Nasrin Sotoudeh, que está presa em seu país, foi internada e se encontra "muito debilitada", depois de mais de 40 dias de greve de fome - relatou seu marido neste sábado (20/9).
Nasrin foi transferida para uma unidade de cardiologia, logo após ser levada para a emergência do Hospital Taleghani, em Teerã, disse Reza Khandan à AFP por telefone.
"Foi autorizado que nos víssemos por alguns instantes", acrescentou."Ela estava muito debilitada, perdeu muito peso e tinha olhos fundos", contou.
A advogada iraniana foi condenada em 2019 a 12 anos de prisão depois de defender uma mulher detida por ter protestado contra a imposição do véu às iranianas. Ela está detida no presídio de Ervin, em Teerã.
A greve tem como objetivo pedir a libertação de presos políticos e chamar a atenção para sua situação durante a pandemia da covid-19, afirmou Sotoudeh em um comunicado em 11 de agosto, postado por seu marido nas redes sociais.
O novo coronavírus deixou 24 mil mortos no Irã e infectou cerca de 420 mil pessoas, segundo dados oficiais.
O marido de Sotoudeh manifestou à AFP sua preocupação com sua esposa, já que o hospital "não é um lugar seguro no que diz respeito ao coronavírus" e não tem o "isolamento adequado", em meio a muitos pacientes infectados.
Segundo ele, o último teste de Nasrin para a covid-19 deu negativo.
Nasrin Sotoudeh, de 57 anos, é ganhadora do Prêmio Sakharov 2012, distinção concedida pelo Parlamento Europeu.
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