China

Milionário crítico do presidente chinês é condenado a prisão por corrupção

O magnata chinês que chamou o presidente Xi Jinping de palhaço foi condenado a 18 anos de prisão por corrupção, suborno e desvio de fundos públicos

Agência France-Presse
postado em 22/09/2020 09:59 / atualizado em 22/09/2020 10:00
Esta foto de 2013 mostra Ren Zhiqiang, o ex-presidente da incorporadora estatal Huayuan Group, falando no Fórum de Bem-Estar Público da China em Pequim. -  (crédito: China News Service (CNS) / AFP)
Esta foto de 2013 mostra Ren Zhiqiang, o ex-presidente da incorporadora estatal Huayuan Group, falando no Fórum de Bem-Estar Público da China em Pequim. - (crédito: China News Service (CNS) / AFP)

O milionário chinês Ren Zhiqiang, crítico do presidente Xi Jinping, a quem chamou de "palhaço", foi condenado nesta terça-feira a 18 anos de prisão e a pagar multa de 4,2 milhões de yuanes (620.000 dólares) por "corrupção", anunciou um tribunal de Pequim.

Ren Zhiqiang foi condenado por "corrupção, aceitação de subornos, desvio de fundos e abuso de poder", anunciou o Tribunal Popular Intermediário Nº2 de Pequim.

Zhiqiang, 69 anos, ex-diretor de um grupo imobiliário público, foi expulso do Partido Comunista da China (PCC) em julho.

Em março ele publicou na internet uma crítica à resposta das autoridades à epidemia de covid-19, que surgiu em dezembro do ano passado na cidade de Wuhan, região central da China.

Zhiqiang chamou Xi Jinping de "palhaço" e acusou o governo de reagir com atraso.

Em abril as autoridades iniciaram uma investigação por "violação da disciplina".

De acordo com o veredicto, Rem Zhiqiang, ex-presidente do grupo imobiliário Beijing Huayuan, recebeu subornos de 1,25 milhão de yuanes entre 2003 e 2017. A sentença afirma que o milionário "confessou todos os crimes e não apelará" contra a decisão.

Desde sua chegada ao poder em 2013, Xi Jinping iniciou uma grande campanha de combate à corrupção, bem recebida pela opinião pública.

Ao mesmo tempo, algumas vozes afirmam que a campanha é utilizada para eliminar potenciais rivais do presidente.

Membro do PCC de 1974 a 2020, Ren Zhiqiang tinha milhões de seguidores que apreciavam suas opiniões na rede social Weibo.

A conta foi desativada em 2016, após a publicação de uma mensagem que criticava um discurso de Xi Jinping que incentivava a imprensa oficial a servir ao Partido.

Há vários anos o governo controla e pressiona cada vez mais a sociedade civil. A censura aumentou na internet, muitos advogados foram intimidados ou detidos e os professores mencionam ataques à liberdade de ensino.

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