O Vaticano divulgou, nesta terça-feira (22/9), um documento oficial que reitera sua total oposição à eutanásia e ao suicídio assistido e acusa os países e pessoas que o autorizam ou toleram de desonrar "a civilização humana".
O documento, com o nome "Samaritanus Bonus" (O Bom Samaritano), elaborado pela Congregação para a Doutrina da Fé e aprovado pelo papa Francisco, estabelece como "ensino definitivo" que a eutanásia "é um crime contra a vida humana" que não pode ser aplicado em nenhuma ocasião e circunstância.
Dirigido aos fiéis, padres, cuidadores e famílias, o texto reitera a posição da Igreja católica sobre o assunto e foi publicado como "esclarecimento moral e orientação prática" para todos os fiéis.
"A eutanásia é um ato homicida que nenhum fim pode legitimar e que não tolera nenhuma forma de cumplicidade ou colaboração, ativa ou passiva", diz o texto.
Dedicado ao acompanhamento de pessoas no final da vida, o texto lembra àqueles que decidiram recorrer à eutanásia ou ao suicídio assistido que não poderão receber os sacramentos, a absolvição, ou a unção dos enfermos.
No entanto, a Congregação para a Doutrina da Fé, guardiã do dogma, alerta sobre a necessidade de evitar o uso de "tratamentos desproporcionais e desumanizantes" graças às novas tecnologias.
"A renúncia aos meios extraordinários e/ou desproporcionais não equivale ao suicídio ou à eutanásia; mas expressa a aceitação da condição humana frente à morte", explica.
A congregação destaca que essa renúncia "também significa uma forma de respeito da vontade do moribundo" expressada através de diretivas antecipadas.
A Santa Sé decidiu "esclarecer" sua doutrina sobre o fim da vida devido ao debate em vários países sobre o assunto, entre eles Espanha e Colômbia, um dos cinco países do mundo que permitem legalmente a eutanásia e o único na América Latina.
"Aqueles que aprovam leis sobre a eutanásia e o suicídio assistido se tornam, portanto, cúmplices do grave pecado que outros vão realizar. Eles também são culpados do escândalo, porque tais leis contribuem para distorcer a consciência", alerta a Santa Sé.
A Igreja católica considera "gravemente injustas" as leis que legalizam a eutanásia e o suicídio assistido e rejeita o princípio de que a morte é digna porque foi escolhida.
"Aborto, eutanásia e até mesmo o suicídio deliberado degradam a civilização humana, desonram mais seus autores do que suas vítimas e são totalmente contrários à honra devido ao Criador", enfatiza o documento do Vaticano.
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