Madri solicitará apoio "urgente" dos militares para fazer testes e trabalhos de limpeza e, na sexta-feira, ampliará as zonas sob restrição à mobilidade de seus residentes, diante da nova onda de covid-19 - anunciaram as autoridades locais nesta quarta-feira (23/9).
Em entrevista coletiva, o vice-presidente-madrileno, Ignacio Aguado, anunciou que a região, atual epicentro da pandemia na Espanha, pedirá formalmente, nesta quinta-feira (24/9), em uma reunião com representantes do governo central "apoio logístico militar urgente para a (...) realização de testes e trabalhos básicos de desinfecção" nos bairros mais afetados.
Durante a primeira onda da pandemia, que atingiu duramente a Espanha, o Exército fez em todo país trabalhos de apoio e desinfecção.
Aguado indicou que Madri pedirá o envio de mais de 220 policiais, para garantir o cumprimento de quarentenas e impor multas às pessoas que descumprirem as restrições à mobilidade. Desde segunda-feira, a medida já vem sendo aplicada a cerca de 850 mil pessoas em várias zonas da região, sobretudo em bairros mais carentes do sul da capital.
Ele pedirá, ainda, que o governo facilite a recontratação de 300 médicos estrangeiros "que estiveram trabalhando durante a primeira onda da pandemia em Madri", completou a autoridade regional.
Compromisso "já"
Madri espera que o governo "se comprometa já", para que estes reforços estejam operacionais na próxima segunda-feira, acrescentou Aguado. Na segunda passada, o chefe de Governo Pedro Sánchez se reuniu com a presidente regional Isabel Díaz Ayuso para lhe oferecer seu apoio.
Momentos antes, o vice-ministro regional da Saúde, Antonio Zapatero, já havia antecipado, também em uma entrevista coletiva, que serão anunciadas na sexta-feira novas medidas de restrição de mobilidade. Isso significará que a população poderá sair de seus bairros apenas para trabalhar, ir ao médico, ou levar os filhos à escola.
Segundo ele, os dados epidemiológicos ainda estão sendo "estudados e analisados", e as novas áreas serão anunciadas na manhã de sexta-feira.
Madri "tem uma situação de crescimento sustentado" da epidemia, reconheceu Zapatero, acrescentando que, ainda assim, busca-se "evitar o confinamento de Madri", devido às "trágicas consequências para os setores econômicos e sociais".
Esse foi o impacto decorrente dessa medida imposta no período de março a junho, quando todos os espanhóis estiveram sob um estrito confinamento que permitiu controlar a primeira onda do vírus.
Na terça-feira, o ministro espanhol da Saúde, Salvador Illa, recomendou que toda a população da região de Madri, de 6,6 milhões de habitantes, limitasse seus movimentos ao "essencial", já que a situação na capital é a " mais preocupante "do país.
Madri acumulou mais de 202.600 casos confirmados e 9.129 mortes durante a pandemia. Em ambos os casos, isso representa um terço do total para toda Espanha.
As áreas com limitação da mobilidade - onde também são mantidos fechados os parques, e bares e restaurantes têm capacidade e horários limitados - apresentam uma incidência nos últimos 14 dias de mais de 1.000 casos a cada 100 mil habitantes, triplicando o registro no conjunto do território.
A Espanha é um dos países europeus mais afetados pela pandemia da covid-19.
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