Dezenas de opositores mexicanos acamparam em frente ao palácio presidencial nesta quarta-feira(23) para exigir a renúncia do presidente de esquerda Andrés Manuel López Obrador. Entre gritos e empurrões, os manifestantes armaram cinquenta barracas coloridas no Zócalo, na Cidade do México, a partir de uma avenida central.
Os manifestantes são apoiadores da Frente Nacional Anti-AMLO (Frenaaa), que há meses mobiliza caravanas contra Obrador e promete permanecer no acampamento até sua renúncia. A polícia impediu a entrada dos manifestantes no Zócalo no sábado. "Vamos protestar aqui no Zócalo até que López [Obrador] vá embora, estamos certos", disse à imprensa Gilberto Lozano, líder do Frenaaa.
Lozano, um empresário da próspera cidade de Monterrey (norte), abandonou a primeira concentração no fim de semana citando problemas de saúde. Os partidários da Frenaaa criticam a gestão da pandemia de covid-19 que deixou cerca de 74 mil mortos no México e da crise econômica decorrente.
Mas López Obrador, eleito para o mandato 2018-2024, disse nesta quarta-feira que os manifestantes são bem-vindos. "Não há mais nada que eles não simulem", disse o presidente em sua habitual conferência matinal.
“Deixem os líderes dormirem”, acrescentou, referindo-se ao fato de muitas barracas permanecerem vazias, segundo jornalistas da AFP. A polícia da capital limitou o acesso ao Zócalo como medida sanitária e os ativistas encontraram cercas que dividiam metade da praça.
“Temos um ditador como presidente (...) Ele é corrupto, as pessoas que trabalham com ele são corruptas”, disse Guillermina Moreno, uma dona de casa de 60 anos, que agitava uma bandeira mexicana. Entre os membros da Frenaaa destaca-se um grupo de católicos que nesta quarta-feira rezaram e cantaram canções religiosas, carregando imagens da Virgem de Guadalupe, padroeira do México.
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