ESTADOS UNIDOS

Trump decide nome para Suprema Corte

Ansioso por consolidar a maioria conservadora no tribunal, presidente americano anuncia hoje sua escolhida para ocupar a cadeira de Ruth Ginsburg

Correio Braziliense
postado em 25/09/2020 23:00
 (crédito: Chip Somodevilla/AFP)
(crédito: Chip Somodevilla/AFP)

Depois de dois dias de velório na Suprema Corte, o caixão com o corpo de Ruth Bader Ginsburg foi levado, ontem, para o Capitólio de Washington, onde, mais uma vez, a juíza fez história. Ícone feminista e dos direitos civis nos Estados Unidos, a magistrada tornou-se a primeira mulher a ter um funeral solene no histórico Statues Hall, local onde a nação se despede de cidadãos proeminentes. Com pressa para indicar a substituta de RBG, como a juíza era chamada, o presidente Donald Trump anuncia, no fim da tarde de hoje, a sua escolha.
Desde a morte da progressista Ginsburg, há oito dias, o republicano disse que nomearia uma mulher para a cadeira. Com maioria republicana no Senado, a confirmação da escolha será mera formalidade. Dessa forma, a Suprema Corte terá seis conservadores entre os nove juízes, algo que pode mudar profundamente a sociedade americana. Segundo fontes com trânsito na Casa Branca, a escolha de Trump está entre as juízas Amy Coney Barrett e Barbara Lagoa.
O presidente tem pressa em aprovar o nome da nova juíza antes das eleições de 3 de novembro, em que tenta um novo mandato de quatro anos. Por mais de uma vez, o republicano declarou que o resultado da votação pode ter que passar pelo crivo da Suprema Corte. Daí o empenho em consolidar uma maioria conservadora.
Na quarta-feira, Trump negou-se a assumir o compromisso de uma transferência pacífica de poder em caso de derrota nas urnas. Atrás nas pesquisas de intenção de voto, o presidente republicano reclama com frequência das condições de organização das eleições e afirma que o voto por correio é uma fonte potencial de fraude. Em meio a essa polêmica, o presidente foi vaiado ao fazer um minuto de silêncio diante dos restos mortais da juíza progressista, anteontem, na Suprema Corte.
Ontem, a cerimônia no Capitólio reuniu parentes de Ginsburg, legisladores e várias personalidades, entre elas o candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, acompanhado da esposa, Jill, e de sua companheira de chapa para a Presidência, Kamala Harris.
Coberto com a bandeira dos EUA, o caixão foi colocado em um suporte de madeira coberto com uma fita preta. Essa estrutura, conhecida como catafalco, é a mesma que guardou os restos mortais do presidente Abraham Lincoln, após seu assassinato em 1865.
Ginsburg, que morreu aos 87 anos, foi apenas a segunda mulher a atuar na Suprema Corte dos Estados Unidos, e ficou famosa por sua luta feroz contra a discriminação. “Que descanse em paz”, disse a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, líder dos democratas no Congresso.
Nesse cenário solene, uma cena curiosa surpreendeu. Em frente ao caixão, um homem de repente se abaixou e fez três flexões. Era Bryant Johnson, o personal trainer da juíza, que será enterrada em uma cerimônia privada na próxima semana no Cemitério Nacional de Arlington, nos arredores de Washington.

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