O coletivo Mulheres da Resistência, de mulheres brasileiras na França, busca ajuda para repatriar o corpo da também brasileira Franciele Alves da Silva, 29 anos, que morava em Champigny-sur-Marne, região parisiense, havia dois anos com o marido e os dois filhos. Ela foi morta na última sexta-feira (25/9) pelo companheiro, Rodrigo Martin, 27 anos. Ele se apresentou às autoridades francesas no sábado (26/9) e confessou o crime. As crianças, de 2 e 4 anos, estão sob proteção da Justiça francesa.
Em entrevista à Rádio França Internacional (RFI), a fundadora do grupo Mulheres da Resistência, Nellma Barreto, conta que foi procurada por uma amiga de Franciele que pediu ajuda em nome da família da vítima.
Nellma Barreto diz que está em contato com um dos irmãos de Franciele, que pretende ir à França para cuidar da repatriação do corpo e da situação dos sobrinhos menores de idade. “A família está completamente desamparada e desnorteada. Até a minha ligação no sábado, a família tinha informações vagas, sabia apenas do assassinato, mas nada sobre o destino das crianças", explicou à RFI.
Em ligação com um dos irmãos de Franciele, a fundadora do coletivo soube que a vítima havia relatado que sofria violência doméstica e que era impedida pelo marido de trabalhar.
O coletivo lançou uma coleta de doações pela internet para ajudar a família de Franciele nas despesas de repatriação do corpo e para que o irmão possa ir à França acompanhar a situação dos sobrinhos.
Consulado brasileiro em Paris acompanha o caso
Em nota, o Consulado-Geral do Brasil em Paris diz que não dispõe de orçamento para a repatriação de corpos de brasileiros falecidos em território francês. A atuação do Consulado se restringe a um apoio técnico. No entanto, oferece gratuitamente a certidão de óbito e todos os documentos necessários para liberar o corpo na chegada ao Brasil.
Em relação à repatriação dos filhos de Franciele, o consulado afirma que os parentes maternos das crianças podem entrar com o pedido na Justiça francesa, mas deverão arcar com os custos de um advogado.
Crime
Franciele Alves da Silva foi encontrada morta na sexta-feira (25/9), com ferimentos ocasionados por faca, no apartamento em que morava com o marido e os dois filhos, em uma cidade próxima a Paris.
Segundo autoridades francesas, Rodrigo deixou as crianças na casa do patrão dele no dia do crime. O suspeito se apresentou à polícia no sábado (26/9).
Em entrevista ao jornal Le Parisien, o advogado de Martin, Avi Bitton, contou que Rodrigo confessou o crime, mas que não havia premeditado a morte da esposa. “Ela começou a empurrá-lo, arranhá-lo e a bater nele, disse coisas que o deixaram fora de si. Ele perdeu o controle", alegou o defensor.
A vítima era natural de Paiçandu, município da região metropolitana de Maringá, no Paraná, mas morava havia dois anos na França com o marido e os dois filhos.
Para contribuir com a doação virtual em dinheiro, acesse o link. Para mais informações, basta acessar as páginas do Facebook ou Instagram do coletivo Mulheres da Resistência (Femmes de la résistance).
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão
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