Covid-19

Novas restrições são implementadas para tentar frear a pandemia na Europa

O novo coronavírus provocou 1.018.634 mortes no mundo e infectou mais de 34 milhões de pessoas

Agência France-Presse
postado em 01/10/2020 17:16 / atualizado em 01/10/2020 17:16
 (crédito: Martin Bernetti/AFP)
(crédito: Martin Bernetti/AFP)

Os números de contágios e mortes por covid-19 continuam aumentando na Europa e obrigam países como França ou Espanha a impor mais medidas, como acontece em Madri, onde nesta quinta-feira (1) foram adotadas novas restrições apesar da oposição das autoridades locais.

Desde que surgiu em dezembro do ano passado na China, o novo coronavírus provocou 1.018.634 mortes no mundo e infectou mais de 34 milhões de pessoas, de acordo com um balanço da AFP baseado nos números oficiais dos países.

América Latina e Caribe permanecem como a região mais afetada do planeta, com mais de 347.000 vítimas fatais e quase 9,4 milhões de casos. A Europa registra 232.600 mortos e 5,5 milhões de contágios. No Velho Continente, onde novos surtos são cada vez mais numerosos, o aumento dos novos casos é vertiginoso.

A Espanha, que tem um balanço de 31.800 óbitos desde o início da pandemia, é atualmente o país da União Europeia (UE) com a pior incidência do vírus, 284 casos para cada 100.000 habitantes, número que dispara em Madri (735 casos).

Diante da situação epidemiológica "preocupante", o governo do primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez impôs nesta quinta-feira duras restrições à mobilidade em Madri, apesar da oposição das autoridades da capital.

Em um prazo de 48 horas, a capital de 3,2 milhões de habitantes e outros municípios deverão respeitar as medidas que estão em vigor desde a semana passada em algumas áreas da região de Madri, onde os moradores só podem sair de seus bairros para trabalhar, procurar atendimento médico ou levar os filhos para a escola.

Mas o Executivo regional de Madri, liderado pela direita, considera que o acordo alcançado com as regiões autônomas "não é juridicamente válido", por ter sido aprovado sem unanimidade, e examina as opções legais.

"Caminho ruim" 

Na França, também muito afetada pela pandemia e que chegou a registrar 16.000 novos casos em apenas um dia recentemente, as autoridades de saúde anunciaram que Paris está prestes a entrar no nível de "alerta máximo", a partir de segunda-feira.

Se a tendência atual continuar, Paris e seu cinturão urbano, onde vivem quase 7 milhões de pessoas, terão que fechar bares e restringir severamente as reuniões sociais.

"Sem reuniões familiares, sem saídas e um fechamento total de bares", alertou o ministro da Saúde, Olivier Véran. A França ultrapassou o número de 32.000 mortos nesta quinta-feira. A situação também é preocupante no Reino Unido, país mais enlutado da Europa, com mais de 42.000 mortes.

Liverpool, onde vivem 1,5 milhão de pessoas, deve restringir as reuniões familiares, e as autoridades recomendaram não comparecer a eventos esportivos ou a asilos. A pressão económica é ao mesmo tempo enorme. Assim, a UEFA autorizou o regresso do público aos estádios europeus, por exemplo para a Liga dos Campeões, embora com um limite de 30% da capacidade.

Preocupação em Nova York 

No nível mundial, os Estados Unidos permanecem na liderança das nações mais afetadas pela covid-19, com mais de 206.000 vítimas fatais e 7,2 milhões de contágios.

Em Nova York, que nos últimos meses era considerada um exemplo de como controlar a doença, depois de virar o epicentro nacional com um recorde de 23.800 mortos, os números epidemiológicos dispararam nos últimos dias.

A taxa de testes positivos ficou durante semanas em apenas 1%, mas na terça-feira atingiu 3,25%, "um motivo de inquietação real", afirmou o prefeito democrata Bill de Blasio. A Flórida, que também foi o foco do vírus em julho e agosto, registrou 175 óbitos na quarta-feira, menos de uma semana depois da reabertura da economia do estado.

34 milhões de empregos perdidos 

Na América Latina, onde o novo coronavírus não dá trégua, alguns países prosseguem com a flexibilização das restrições, para tentar estimular economias asfixiadas pelo confinamento. Cuba suspende nesta quinta-feira o toque de recolher noturno que vigorou por um mês em Havana para controlar a pandemia.

O Peru anunciou a retomada na segunda-feira dos voos internacionais com sete países latino-americanos (Colômbia, Equador, Panamá, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Chile), após quase sete meses de paralisação. Mas as notícias ruins da economia também não parecem ter fim.

A pandemia provocou a perda de 34 milhões de empregos na América Latina e Caribe, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que fez o alerta: a recuperação econômica pós-pandemia ampliará as desigualdades na região.

"Os empregados informais, as mulheres, os jovens e os de menor escolaridade são aqueles que, em geral, experimentaram com maior intensidade a perda do emprego", afirmou a OIT, que tem sua sede regional em Lima.

Um exemplo é o Brasil, segundo país mais afetado pelo vírus (mais de 142.000 mortes), que registrou uma taxa de desemprego de 13,8% no trimestre maio-julho, um recorde desde 2012.

Na Argentina, a pobreza alcançou 40,9% da população no primeiro semestre do ano, com 10,5% das pessoas vivendo na extrema pobreza, um dos piores níveis da história do país, segundo o Instituto de Estatísticas (Indec).

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