O marido da paranaense Franciele Alves da Silva, encontrada morta há 10 dias na França, foi indiciado por homicídio. Rodrigo Martin está preso desde 26 de setembro e se ficar provado que o crime foi premeditado, o suspeito pode pegar prisão perpétua. Segundo o advogado de defesa do assassino, Avi Bitton, Rodrigo diz estar arrependido do que fez. “Ele não é um serial killer.
A brasileira, que era de Paiçandu, do norte do Paraná, foi esfaqueada no apartamento onde morava com os filhos em 25 de setembro, em Champigny-sur-Marne, a 15km de Paris. Rodrigo se entregou à polícia no dia seguinte e, segundo autoridades francesas, confessou o crime.
"Nós não estamos tentando dizer 'Por favor, ele é inocente. Alguém apareceu, pegou a faca e a matou'. Estamos apenas tentando entender o que aconteceu. Ele não é um serial killer”, diz o advogado Avi Bitton ao G1 Norte e Noroeste.
Filhos sob proteção do governo
Uma das principais preocupações da família de Franciele é com o futuro das dos filhos dela que estão sob proteção do governo francês.
O menino de dois anos é filho do casal, o mais velho, de quatro anos, é filho da vítima com outro homem que mora no Brasil. Os meninos estão em casas de famílias acolhedoras, em localizações sigilosas.
A advogada Camila Santana vive em Paris e representa a família de Franciele. Ela diz que o foco agora é a repatriação dos meninos e com quais pessoas eles ficarão.
“Será feita uma profunda investigação para analisar quem tem as melhores condições, quem vai defender os melhores interesses dessas crianças que já sofreram traumas enormes, talvez até viram a mãe sendo esfaqueada na frente delas. Imagina, é um trauma muito profundo. O estado francês está tutelando essas crianças e o foco é diminuir este trauma que elas já sofreram”, explicou a advogada.
Investigação
O processo que vai decidir quem vai ficar com as crianças pode levar meses. Enquanto o futuro delas é incerto, o de Rodrigo está quase definido. Na França, não existe o crime de feminicídio, no entanto, a pena por matar o cônjuge pode levar a prisão perpétua, caso seja constatado que o crime foi planejado.
A defesa diz que o suspeito mal se lembra do que aconteceu e que vai tentar provar que o rapaz não premeditou a morte da companheira.
“Ele sequer se lembra o tipo e onde pegou a faca. Ele está devastado pelo crime que cometeu, disse aos policiais 'destruí a vida dos meus filhos, matei minha esposa, destruí minha própria vida e a vida da minha família'. Então, ele não está negando o crime", pontuou o advogado Avi Bitton, ao portal.
A advogada da família de Franciele, Camila Santana, explicou que a autópsia, a cena do crime e o histórico de vida do casal vão definir se o suspeito teve ou não a intenção de matar.
O corpo de Franciele será mantido no Instituto Médico-legal local até o fim das investigações. Depois disso, será liberado para que a família possa trazê-lo ao Brasil.
Vaquinha virtual
Na internet, a vaquinha para ajudar a família a pagar o translado do corpo já arrecadou cerca de R$ 38 mil.
“Ainda é um momento muito precoce para isso ocorrer porque ainda está sendo feita uma investigação, uma investigação importante que a família também está interessada. Acredito que, mais do que o luto que a família precisa passar, é entender o que aconteceu com a Franciele aqui na França”, disse Camila Santana.
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