A hashtag #ProudBoys, usada por um grupo de extrema direita que era tendência na semana passada após o debate presidencial nos Estados Unidos, foi assumida pela comunidade LGBTQ desde o fim de semana e, na segunda-feira (5), continuou a inundar o Twitter com imagens de orgulho gay.
A campanha na mídia social surge quase uma semana depois que o presidente Donald Trump se recusou a condenar os Proud Boys, um grupo nacionalista exclusivamente masculino que preconiza a superioridade da raça branca.
Trump pediu que eles "recuassem e esperassem" - no que o mesmo grupo viu como um sinal de reconhecimento -, enquanto atacava os extremistas da "extrema esquerda".
A hashtag ligada à organização foi "roubada" no fim de semana por uma avalanche de usuários que começaram a postar fotos de casais gays, memes e mensagens de amor.
George Takei, estrela e ícone da comunidade de "Star Trek", apresentou a ideia a 3,1 milhões de seguidores no Twitter.
"E se gays tirassem fotos uns dos outros se beijando ou fazendo coisas muito gays e depois se etiquetassem como #ProudBoys", escreveu ele. "Aposto que isso os incomodaria muito. #ReclaimingMyShine (Recuperando meu brilho)", completou.
I wonder if the BTS and TikTok kids can help LGBTs with this. What if gay guys took pictures of themselves making out with each other or doing very gay things, then tagged themselves with #ProudBoys. I bet it would mess them up real bad. #ReclaimingMyShine
— George Takei (@GeorgeTakei) October 1, 2020
Milhares de pessoas, incluindo políticos, estrelas de TV e até militares canadenses atenderam ao chamado e inundaram as redes.
O congressista Carlos G. Smith, o primeiro legislador LGBTQ latino da Flórida, tuitou uma série de fotos com seu parceiro com a legenda: "Seus dois #ProudBoys favoritos estão prontos para votar".
.@JerickFL and I are joining thousands of gay men on social media to reclaim #ProudBoys from white supremacists and bigoted neo-nazis. Let’s replace the hashtag with images of love, positivity, and true PRIDE! Your two favorite #ProudBoys are here standing by, ready to VOTE! ????????????? pic.twitter.com/8k8iUlfFFx
— Rep. Carlos G Smith (@CarlosGSmith) October 4, 2020
Bobby Berk, um dos animadores da série da Netflix "Queer Eye", postou uma foto com a mensagem: "olhe esses #ProudBoys fofos (#retuíte e faça essa hashtag sobre amor, e não ódio".
Look at these cute lil #ProudBoys (#retweet and make this hashtag about love, not hate) pic.twitter.com/AddflCUMpi
— Bobby Berk (@bobbyberk) October 4, 2020
Enrique Tarrio, líder dos Proud Boys, disse à rede CNN que não considerou a campanha "ofensiva", porque a organização não é homofóbica.
"Não é um insulto. Não somos homofóbicos. Não nos importamos com quem as pessoas dormem. As pessoas pensam que vão nos incomodar. Não é assim", disse ele, para então criticar que o movimento está "tentando afogar nossos apoiadores, tentando nos silenciar".
Dois dias depois do debate, Trump tentou reprimir as críticas, afirmando em uma entrevista à Fox News que ele condena "todos os supremacistas brancos".
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