O julgamento de uma anestesista, acusada de causar a morte de uma mulher durante uma cesariana por estar sob efeito de álcool, começou nesta quinta-feira (8/10) na França.
Helga Wauters, de 51 anos e nacionalidade belga, é acusada de homicídio involuntário pela morte de Xynthia Hawke, uma britânica de 28 anos, durante uma cesariana realizada em 2014.
"Agora reconheço que meu vício era incompatível com meu trabalho", disse Wauters no tribunal de Pau, sudoeste da França. "Lamentarei esta morte por toda a minha vida", acrescentou.
Wauters havia realizado uma epidural em Hawke, mas surgiram complicações durante o parto que exigiram uma cesariana de emergência.
Ao entrar na sala de operações, Wauters cheirava a álcool, segundo várias testemunhas.
De acordo com os investigadores, a médica intubou o esôfago em vez da tráquea. Hawke morreu quatro dias depois de uma parada cardíaca, mas seu bebê sobreviveu.
A anestesista admitiu durante a investigação que bebeu vodka com água no início daquele dia, "como todos os dias" por 10 anos, e que havia tomado uma "taça de vinho" com amigos antes que a chamassem de novo para a operação.
No entanto, afirmou que possuía "70% de suas faculdades" e que "não estava bêbada", disseram os investigadores.
Após ser detida, foi descoberto que a quantidade de álcool em seu sangue era de 2,38 gramas por litro, o que equivale a cerca de 10 taças de vinho.
Os pais de Hawke e sua irmã viajaram do Reino Unido para assistir o julgamento. Seu companheiro e uma dúzia de amigos também estiveram presentes.
"Será difícil para eles", disse o advogado da família, Philippe Courtois. "Vão ouvir coisas que não sabiam, ou que preferiam não saber, sobre o que surgiu durante a investigação", disse.
O tribunal anunciará seu veredicto na sexta-feira. Wauters enfrenta três anos de prisão.
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