O escritório de direitos humanos da ONU denunciou um ataque rebelde contra um de seus veículos no sul da Colômbia, em uma ação condenada pelo governo na quinta-feira (8).
O incidente, que não deixou vítimas, ocorreu na véspera na região de Caquetá (sul), onde "o escritório estava em missão com a Defensoria e a Comissão da Verdade", entidade surgida dos acordos paz, explicou a ONU em comunicado de imprensa.
Os ocupantes do veículo eram oficiais que "foram arbitrariamente detidos e ameaçados" de morte, disse o general Raúl Flórez, comandante da Força-Tarefa Conjunta Omega do Exército, à rádio W. Segundo Flórez.
"Os veículos estavam perfeitamente identificados com emblemas humanitários (...) da Organização das Nações Unidas" e, antes de colocarem fogo no carro, os agressores alertaram as autoridades que "não estavam satisfeitos com a presença da organização internacional" no local.
O alto comando militar atribuiu o ataque ao dissidente conhecido pelo pseudônimo de Álvaro Boyaco, subordinado do pseudônimo Gentil Duarte, comandante da mais poderosa dissidência da ex-guerrilha das FARC.
"Toda a nação deve condenar (...) o atentado contra a comissão humanitária que realizava trabalhos em defesa da população civil", afirmou a conselheira presidencial para Direitos Humanos, Nancy Gutiérrez, em nota.
O ataque representa "uma clara violação do direito internacional e um ataque a instituições que não podemos tolerar", enfatizou.
Zona histórica de influência guerrilheira, a região de Caquetá continua hospedando em suas selvas grupos armados que romperam com a paz assinada pelas FARC em 2016 e que se dedicam principalmente ao narcotráfico, segundo a inteligência militar.
Embora o pacto histórico tenha atenuado a violência política, a Colômbia vive um dos piores ataques de grupos armados nos últimos anos.
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