Clima

Delta chega à Louisiana e é o 10ª furacão a atingir a costa dos EUA

A Guarda Nacional dos EUA foi mobilizada, enquanto a população da costa do estado, no sudeste do país, abandonou suas casas

Agência France-Presse
postado em 09/10/2020 21:29 / atualizado em 09/10/2020 21:29
 (crédito: RAMMB/CIRA / AFP)
(crédito: RAMMB/CIRA / AFP)

O Delta atingiu a costa da Louisiana como um furacão de categoria dois na tarde desta sexta-feira (9), com ventos de 155 km/h, informou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês). Este é o décimo ciclone dos Estados Unidos este ano, um recorde, segundo meteorologistas.

A Guarda Nacional dos EUA foi mobilizada, enquanto a população da costa do estado, no sudeste do país, abandonou suas casas, diante da ameaça de fortes tempestades e inundações.

"Não sei se teremos uma casa quando voltarmos", desabafou Kimberly Hester, moradora de Lake Charles, Louisiana (sudeste), por onde o Delta passará. Esta cidade de cerca de 75.000 habitantes é conhecida por suas refinarias de petróleo e está no meio da trajetória prevista para o furacão.

O NHC informou que "uma inundação muito perigosa" era esperada ao norte da costa do Golfo do México, com inundações de até três metros. O furacão já passou pela península mexicana de Yucatán sem causar grandes danos e sem vítimas relatadas.

Impactado golfo 

Muitos na costa da Louisiana ainda se recuperam do furacão Laura, que chegou no final de agosto com uma categoria 4 na escala de cinco níveis Saffir-Simpson. O governador da Louisiana, John Bel Edwards, pediu aos residentes que fossem extremamente cautelosos com o Delta e anunciou que 2.400 membros da Guarda Nacional foram mobilizados para ajudar.

O Delta deve impactar "a área do nosso estado que está menos preparada", disse Edwards, na noite de quinta-feira. "Por favor, concluam os preparativos agora. Nós vamos superar isso", disse ele aos residentes.

Na cidade de Lake Charles, onde destroços de madeira e árvores derrubadas pelo furacão Laura ainda estão nas ruas, Shannon Fuselier perfura placas de madeira nas janelas da casa de um amigo para protegê-las. Muitas casas no bairro estão cobertas por lonas devido aos danos causados por furacões anteriores.

Fuselier diz que vai ficar em casa, porque não acha que Delta seja poderoso o suficiente para ter que fugir. O governador Edwards avisou, porém, que o Delta pode fazer voar como mísseis os destroços de tempestades anteriores.

Na quinta-feira, o tráfego estava congestionado em ambas as direções da Lake Charles, devido à multidão saindo da cidade. Terry Lebine já havia partido para a cidade de Alexandria, cerca de 100 km ao norte, devido ao furacão anterior e se prepara para fugir mais uma vez.

"É exaustivo", disse à AFP. "Tenho minha mãe de 81 anos em um estado de saúde que não é dos melhores. Mal voltamos para casa depois de Laura e temos que partir novamente por causa do Delta. Ficamos duas, ou três, semanas em casa", conta.

O Delta é a 26ª tempestade de uma temporada de furacões no Atlântico incomumente ativa. Em setembro, os meteorologistas ficaram sem nomes para designá-los e tiveram de usar letras do alfabeto grego.

À medida que a temperatura das águas oceânicas aumenta, devido à mudança climática, os furacões se tornam mais fortes. De acordo com os cientistas, o número de tempestades de categoria 4 e 5, as mais perigosas, provavelmente aumentará.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação