Espionagem

Taiwan rebate acusações de espionagem da China, que considera "paranoica"

A televisão pública chinesa exibiu reportagens sobre casos de espionagem, com a "confissão" de dois taiwaneses detidos em território chinês

Agência France-Presse
postado em 13/10/2020 11:43 / atualizado em 13/10/2020 11:44
A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen (C). -  (crédito: Sam Yeh / AFP)
A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen (C). - (crédito: Sam Yeh / AFP)

Taiwan acusou a China nesta terça-feira de ser "paranoica", depois que a televisão pública chinesa exibiu reportagens sobre casos de espionagem, com a "confissão" de dois taiwaneses detidos em território chinês.

De acordo com o canal público CCTV, os agentes chineses das forças de segurança reprimiram "centenas" de casos de espionagem relacionados com Taiwan e prenderam um "grande número de espiões taiwaneses e seus cúmplices".

Na segunda-feira, a CCTV exibiu a confissão de Cheng Yu chin, apresentado como assessor de um ex-líder do partido governante de Taiwan. A reportagem afirma que ele foi recrutado pelos serviços de inteligência taiwaneses quando morava na República Tcheca.

Supostamente colaborou com os "serviços taiwaneses de espionagem" a partir de 2005, até sua detenção na China em abril de 2019, segundo a CCTV.

Um dia antes, outro taiwanês, Lee Meng Chu, detido em agosto de 2019 na cidade chinesa de Shenzhen e incomunicável desde então, apareceu na televisão chinesa. Ele confessou ter filmado de maneira ilegal exercícios militares na China continental no ano passado, durante as manifestações em Hong Kong.

Nesta terça-feira, o primeiro-ministro taiwanês Su Tseng Chang rebateu as acusações de espionagem e denunciou uma campanha de difamação.

"A China é um país autoritário e sempre faz este tipo de coisa para infiltrar-se e sabotar", afirmou Su. "Como eles fazem, pensam que os demais também fazem. A China não precisa ser tão paranoica", completou.

O ministério das Relações Exteriores de Taiwan considerou que as acusações de espionagem contra Cheng foram "deliberadamente inventadas com motivos ocultos e constituem uma violação dos direitos humanos".

A China continua considerando Taiwan como uma província rebelde destinada a retornar ao país, pela força se necessário.

Desde a chegada ao poder em Taiwan da presidente Tsai Ing Wen em 2016, procedente de um partido pouco conciliador com Pequim, a China multiplicou as manobras e pressões para isolar ainda mais a ilha.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação