Uma nave Soyuz com três astronautas a bordo, uma americana e dois russos, acoplou-se nesta quarta-feira (14/10) à Estação Espacial Internacional (ISS) em um tempo recorde, apenas três horas depois da decolagem.
Os cosmonautas russos Serguei Ryzhikov e Serguei Kud-Sverchkov e a astronauta americana Kathleen Rubins decolaram da base russa de Baikonur, no Cazaquistão, às 5h45 GMT (2H45 de Brasília) e chegaram três horas depois à ISS, a 408 quilômetros da Terra.
"Três horas e 3 minutos", escreveu no Twitter o diretor da agência russa Roskosmos, Dmitri Rogozin, para celebrar a nova marca. A nave chegou à estação quatro minutos antes da hora prevista.
O foguete russo Soyuz MS-17 se "acoplou" às 8h48 GMT (5H48 de Brasília) à Estação Espacial, anunciou a agência espacial russa em um comunicado.
"Um novo recorde foi estabelecido", acrescentou a agência. Com a marca, o tempo dos voos tripulados rumo à ISS foi reduzido à metade - antes duravam no mínimo seis horas.
A viagem foi possível graças a um novo sistema de orientação dos foguetes Soyuz, que permite a aproximação da Estação em apenas duas órbitas, contra as três necessárias antes.
O sistema foi testado em abril de 2019 com uma nave Progress, responsável pelo abastecimento de material para a ISS.
"Incrivelmente sortuda"
Os três ocupantes da Soyuz adotaram precauções adicionais durante o período de pandemia global de coronavírus: seguiram uma quarentena rígida para evitar levar a covid-19 à ISS.
"No meu caso, mais ou menos desde março", declarou Kathleen Rubins durante a entrevista coletiva durante os preparativos de lançamento da Soyuz. Também foram submetidos a testes com frequência.
A viagem tem um valor particular para a americana Rubins, pois a nave decolou no dia em que ela completa 42 anos.
"Não podemos escolher nossa data de lançamento ou o que ocorre na estação, mas certamente me sinto incrivelmente sortuda", afirmou Rubins.
Para a americana, este é o segundo voo espacial. Serguei Kud-Sverchkov, 42 anos, está em seu primeiro voo. Serguei Ryzhikov, piloto militar de formação, é o mais experiente do trio: já passou 173 dias no espaço, contra 115 de Rubins.
A astronauta e os dois cosmonautas se unem aos três ocupantes atuais da ISS: Chris Cassidy (Nasa), Anatoli Ivanishin e Ivan Vagner (Roskosmos), cujo retorno à Terra está previsto para 22 de outubro.
A decolagem da nave russa com destino à Estação Espacial Internacional foi a primeira desde que, em 30 de maio, o foguete americano SpaceX rompeu nove anos de monopólio russo nas viagens à ISS, com uma decolagem do Centro Espacial John F. Kennedy (Flórida).
A ISS continua sendo, no entanto, um dos poucos exemplos de cooperação que persistem entre os russos e os ocidentais. Os astronautas dos dois países ressaltaram a capacidade das viagens espaciais para unir nações rivais por uma causa comum.
Apesar da cooperação, o diretor da Roskosmos anunciou esta semana que a Rússia não participará na futura estação que os Estados Unidos desejam fazer orbitar ao redor da Lua, com previsão de montagem a partir de 2023.
A estação, que recebeu o nome Lunar Gateway, "em sua forma atual é muito americana", afirmou Rogozin.
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