Espaço

Astronautas conseguem acoplamento com a ISS em três horas, novo recorde

Dois cosmonautas russos e uma astronauta americana decolaram da base russa de Baikonur, no Cazaquistão, às 5h45 GMT (2H45 de Brasília) e chegaram três horas depois à ISS

Agência France-Presse
postado em 14/10/2020 09:53 / atualizado em 14/10/2020 09:56
A nave espacial Soyuz MS-17 transportando a tripulação da expedição 64 da Estação Espacial Internacional (ISS). -  (crédito: Andrey SHELEPIN / Agência Espacial Russa Roscosmos / AFP)
A nave espacial Soyuz MS-17 transportando a tripulação da expedição 64 da Estação Espacial Internacional (ISS). - (crédito: Andrey SHELEPIN / Agência Espacial Russa Roscosmos / AFP)

Uma nave Soyuz com três astronautas a bordo, uma americana e dois russos, acoplou-se nesta quarta-feira (14/10) à Estação Espacial Internacional (ISS) em um tempo recorde, apenas três horas depois da decolagem.

Os cosmonautas russos Serguei Ryzhikov e Serguei Kud-Sverchkov e a astronauta americana Kathleen Rubins decolaram da base russa de Baikonur, no Cazaquistão, às 5h45 GMT (2H45 de Brasília) e chegaram três horas depois à ISS, a 408 quilômetros da Terra.

"Três horas e 3 minutos", escreveu no Twitter o diretor da agência russa Roskosmos, Dmitri Rogozin, para celebrar a nova marca. A nave chegou à estação quatro minutos antes da hora prevista.

O foguete russo Soyuz MS-17 se "acoplou" às 8h48 GMT (5H48 de Brasília) à Estação Espacial, anunciou a agência espacial russa em um comunicado.

"Um novo recorde foi estabelecido", acrescentou a agência. Com a marca, o tempo dos voos tripulados rumo à ISS foi reduzido à metade - antes duravam no mínimo seis horas.

A viagem foi possível graças a um novo sistema de orientação dos foguetes Soyuz, que permite a aproximação da Estação em apenas duas órbitas, contra as três necessárias antes.

O sistema foi testado em abril de 2019 com uma nave Progress, responsável pelo abastecimento de material para a ISS.

"Incrivelmente sortuda"

Os três ocupantes da Soyuz adotaram precauções adicionais durante o período de pandemia global de coronavírus: seguiram uma quarentena rígida para evitar levar a covid-19 à ISS.

"No meu caso, mais ou menos desde março", declarou Kathleen Rubins durante a entrevista coletiva durante os preparativos de lançamento da Soyuz. Também foram submetidos a testes com frequência.

A viagem tem um valor particular para a americana Rubins, pois a nave decolou no dia em que ela completa 42 anos.

"Não podemos escolher nossa data de lançamento ou o que ocorre na estação, mas certamente me sinto incrivelmente sortuda", afirmou Rubins.

Para a americana, este é o segundo voo espacial. Serguei Kud-Sverchkov, 42 anos, está em seu primeiro voo. Serguei Ryzhikov, piloto militar de formação, é o mais experiente do trio: já passou 173 dias no espaço, contra 115 de Rubins.

A astronauta e os dois cosmonautas se unem aos três ocupantes atuais da ISS: Chris Cassidy (Nasa), Anatoli Ivanishin e Ivan Vagner (Roskosmos), cujo retorno à Terra está previsto para 22 de outubro.

A decolagem da nave russa com destino à Estação Espacial Internacional foi a primeira desde que, em 30 de maio, o foguete americano SpaceX rompeu nove anos de monopólio russo nas viagens à ISS, com uma decolagem do Centro Espacial John F. Kennedy (Flórida).

A ISS continua sendo, no entanto, um dos poucos exemplos de cooperação que persistem entre os russos e os ocidentais. Os astronautas dos dois países ressaltaram a capacidade das viagens espaciais para unir nações rivais por uma causa comum.

Apesar da cooperação, o diretor da Roskosmos anunciou esta semana que a Rússia não participará na futura estação que os Estados Unidos desejam fazer orbitar ao redor da Lua, com previsão de montagem a partir de 2023.

A estação, que recebeu o nome Lunar Gateway, "em sua forma atual é muito americana", afirmou Rogozin.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação