O governo autônomo da Irlanda do Norte anunciou, nesta quarta-feira (14/10), as restrições mais duras impostas atualmente em todo o Reino Unido contra o coronavírus, em um momento em que aumenta a pressão sobre o primeiro-ministro Boris Johnson para que tome medidas semelhantes na Inglaterra.
"É preciso uma intervenção urgente para interromper a propagação do vírus e evitar que a situação se agrave", afirmou a chefe de governo, Arlene Foster, ao anunciar no Parlamento regional as novas medidas que entrarão em vigor na sexta-feira (16/10) durante quatro semanas.
Junto à atual proibição de reunir-se em ambientes internos com familiares e amigos com quem não se conviva, todos os bares e restaurantes fecharão ao público, mas poderão vender refeições para levar até 23h.
Além dos bares e restaurantes, barbearias, salões de beleza e massagem também terão que fechar, exceto para "intervenções terapêuticas essenciais". E "viagens desnecessárias" não são recomendadas.
Os comércios permanecerão abertos, mas tomarão medidas para "garantir que o setor faça todo o possível para suprimir o vírus" e não poderão vender álcool após 20h, destacou Foster.
Todos deverão voltar ao teletrabalho, a menos que seja impossível, e as universidades foram solicitadas a darem suas aulas online. Na educação primária e secundária, as férias de outubro serão estendidas de uma a duas semanas, até 1° de novembro.
Com 1,9 milhão de habitantes, a Irlanda do Norte registrou mais de 800 novos casos diários na última semana.
Em todo o Reino Unido, o número de mortos por covid-19 já supera os 43 mil, mais do que qualquer outro país da Europa, e os casos disparam: na terça-feira, foram registrados mais de 17 mil.
Neste contexto, Johnson, que tenta a qualquer custo evitar um novo confinamento nacional de catastróficas consequências econômicas, recebeu críticas do líder da oposição, o trabalhista Kier Starmer, chamando-o a aplicar restrições mais rígidas por ao menos duas semanas em outubro para "quebrar o circuito" dos contágios.
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