Manifestações

Tailândia proíbe reuniões de cinco ou mais pessoas para evitar protestos

Milhares de manifestantes se concentraram em Bangcoc para pedir a destituição do primeiro-ministro, Prayut Chan-O-Cha

Agência France-Presse
postado em 14/10/2020 22:57
 (crédito: MLADEN ANTONOV / AFP)
(crédito: MLADEN ANTONOV / AFP)

A Tailândia proibiu reuniões de cinco ou mais pessoas e as publicações online que considera que poderiam afetar a segurança nacional para tentar reduzir as manifestações pró-democracia "ilegais", anunciou um porta-voz do governo nesta quinta-feira (noite de quarta, 14, no Brasil).

"Estas são ordens que proíbem reuniões de cinco ou mais pessoas e proíbem a distribuição de notícias através da mídia eletrônica que possam afetar a segurança nacional", explicou em um comunicado, em alusão ao decreto de urgência.

Na véspera, milhares de manifestantes se concentraram em Bangcoc para pedir a destituição do primeiro-ministro, Prayut Chan-O-Cha.

O movimento pró-democracia exige desde o verão a renúncia do primeiro-ministro, no poder desde um golpe em 2014 e legitimado após polêmicas eleições no ano passado. Além disso, os manifestantes também exigem emendas à Constituição, promulgada em 2017 durante a Junta Militar e muito favorável ao exército.

Parte do movimento vai ainda mais longe e exige uma reforma profunda da realeza, assunto que até muito recentemente era tabu no país. Exigem que o monarca não interfira nos assuntos políticos, a abolição da lei da lesa-majestade e que a Coroa devolva seus bens ao Estado, exigências que o governo considera inaceitáveis.

Na quarta-feira, um carro que levava a Rainha Suthida a bordo não conseguiu evitar a marcha da manifestação e foi detido por alguns instantes, durante os quais dezenas de manifestantes fizeram a saudação de três dedos, inspirada no filme "Jogos Vorazes", em desafio à autoridade real. No dia anterior, outros ativistas fizeram a mesma saudação quando o rei Maha Vajiralongkorn passou.

Na quinta-feira, o governo justificou a adoção do decreto referindo-se às manifestações "ilegais" e denunciando a obstrução da procissão real de quarta-feira.

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