
A Tailândia proibiu reuniões de cinco ou mais pessoas e as publicações online que considera que poderiam afetar a segurança nacional para tentar reduzir as manifestações pró-democracia "ilegais", anunciou um porta-voz do governo nesta quinta-feira (noite de quarta, 14, no Brasil).
"Estas são ordens que proíbem reuniões de cinco ou mais pessoas e proíbem a distribuição de notícias através da mídia eletrônica que possam afetar a segurança nacional", explicou em um comunicado, em alusão ao decreto de urgência.
Na véspera, milhares de manifestantes se concentraram em Bangcoc para pedir a destituição do primeiro-ministro, Prayut Chan-O-Cha.
O movimento pró-democracia exige desde o verão a renúncia do primeiro-ministro, no poder desde um golpe em 2014 e legitimado após polêmicas eleições no ano passado. Além disso, os manifestantes também exigem emendas à Constituição, promulgada em 2017 durante a Junta Militar e muito favorável ao exército.
Parte do movimento vai ainda mais longe e exige uma reforma profunda da realeza, assunto que até muito recentemente era tabu no país. Exigem que o monarca não interfira nos assuntos políticos, a abolição da lei da lesa-majestade e que a Coroa devolva seus bens ao Estado, exigências que o governo considera inaceitáveis.
Na quarta-feira, um carro que levava a Rainha Suthida a bordo não conseguiu evitar a marcha da manifestação e foi detido por alguns instantes, durante os quais dezenas de manifestantes fizeram a saudação de três dedos, inspirada no filme "Jogos Vorazes", em desafio à autoridade real. No dia anterior, outros ativistas fizeram a mesma saudação quando o rei Maha Vajiralongkorn passou.
Na quinta-feira, o governo justificou a adoção do decreto referindo-se às manifestações "ilegais" e denunciando a obstrução da procissão real de quarta-feira.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.