Os talibãs se comprometeram a reduzir as mortes no Afeganistão depois que uma onda de violência levantou dúvidas sobre as negociações de paz, disse o enviado dos EUA Zalmay Khalilzad, nesta quinta-feira (15/10).
"Hoje há muitos afegãos morrendo. Com o restabelecimento, esperamos que esse número diminua significativamente", escreveu no Twitter Khalilzad, que negociou um acordo com os talibãs assinado em 29 de fevereiro para retirar as forças americanas.
Khalilzad disse que, junto ao general Austin Miller - comandante das forças americanas no Afeganistão -, se reuniu várias vezes com os talibãs para discutir o "cumprimento estrito" dos termos do acordo.
"Isso significa um número reduzido de operações", disse Khalilzad.
"Os ataques têm aumentado nas últimas semanas, ameaçando o processo de paz e alarmando o povo afegão e seus apoiadores regionais e internacionais", acrescentou.
Segundo o acordo de 29 de fevereiro, os talibãs acordaram não permitir que extremistas estrangeiros se estabeleçam no Afeganistão - motivo da invasão americana após os ataques do 11 de setembro de 2001- e interromperam as operações contra as forças ocidentais.
Os talibãs não prometeram acabar com a violência contra o governo internacionalmente reconhecido em Cabul, mas disseram que discutiriam um "cessar-fogo permanente e completo" nas negociações de paz.
Essas negociações começaram no mês passado em Doha, embora tenham demonstrado poucos avanços aparentes, com divergências inclusive sobre a natureza de como negociar.
Nos últimos dias, dezenas de milhares de pessoas fugiram quando os insurgentes lançaram um ataque contra a cidade de Lashkar Gah na província de Helmand, o que gerou ataques aéreos americanos para defender as forças afegãs.
A menos de um mês das eleições nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump tenta cumprir sua promessa de retirar as tropas do Afeganistão e encerrar a guerra mais longa dos Estados Unidos.
Na semana passada, ele expressou sua intenção de retirar todas as tropas para o Natal, acelerando o cronograma acordado em Doha.
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