O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu fazer campanha na Flórida e na Geórgia — dois estados-chave conquistados pelos republicanos em 2016 e que, agora, penderam para o democrata Joe Biden. “Vamos presenciar uma onda vermelha (cor dos republicanos) de tamanho sem precedentes”, discursou o magnata, me Ocala (Flórida). “Joe Biden é um desastre e um político corrupto”, acrescentou, em tom agressivo. Em Fort Myers, Trump buscou cortejar os idosos, que lhe apoiaram fortemente nas eleições passadas, mas, agora, também se inclinam ao democrata, de acordo com as mais recentes pesquisas de opinião.
“Amamos nossos idosos. Vocês dedicaram suas vidas a este país e dedico a minha a vocês”, disse Trump em seu discurso. O presidente briga para recuperar o terreno após desdenhar da pandemia, o que levou muitos americanos a considerarem o republicano incapaz de conduzir uma crise. Depois de Ocala, Trump fez um comício em Macon, na Geórgia, estado crucial para a vitória, mas que mostrou uma tendência democrata nos últimos anos. No estado, Biden ostenta vantagem mínima, de 1,2 ponto percentual, indica uma média de pesquisas recentes do site político RealClearPolitics. Por sua vez, uma sondagem da Universidade de Quinnipiac mostra o democrata com sete pontos à frente.
Mais cedo, Trump compartilhou uma matéria falsa sobre a suspensão do Twitter como forma de conter a propagação de notícias negativas relacionadas a Biden, aparentemente sem saber que se tratava de uma piada. O presidente, que costuma criticar as “notícias falsas”, ao mesmo tempo em que espalha informações equivocadas para seus 87 milhões de seguidores, tuitou um link para a matéria intitulada: “Twitter desliga toda sua rede para diminuir a disseminação de notícias negativas sobre Biden”. “Isso nunca aconteceu antes na história”, escreveu Trump no Twitter. “Isso inclui sua péssima entrevista na noite passada. Por que o Twitter está fazendo isso?”, questionou ele, referindo-se ao democrata e a sua aparição na town hall (evento onde eleitores sabatinam candidatos) de anteontem, na Pensilvânia.
Biden, por sua vez, visitou Detroit (Michigan), importante polo da indústria automobilística. A campanha democrata revelou, sem dar detalhes, que o ex-presidente Barack Obama participará, na próxima quarta-feira, de um comício para apoiar o ex-vice. “Em 21 de outubro, o presidente Obama comparecerá à Filadélfia, na Pensilvânia, para fazer campanha por Joe Biden e Kamala Harris”, anunciou. A Pensilvânia é um dos principais estados para a corrida presidencial, no qual Trump venceu por pouco na eleição de 2016. Em abril passado, Obama declarou seu apoio oficial a Biden. Dois meses depois, participou de um evento virtual de arrecadação de fundos de campanha.
Fogo amigo
Um senador republicano disse a eleitores que Trump é um “puxa-saco de ditadores”, maltrata mulheres e usa a Casa Branca como um negócio, segundo a gravação de uma conversa telefônica revelada pela imprensa americana. Ben Sasse, senador pelo estado do Nebraska, alertou que a “provável” derrota de Trump nas eleições de 3 de novembro pode acabar com o controle republicano do Senado. “Estou avaliando a possibilidade de um banho de sangue republicano no Senado”, afirmou. A mesma preocupação foi mencionada nos últimos dias pelos senadores Ted Cruz e Lindsey Graham, dois aliados de Trump.
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