Protestos

Manifestações na Nigéria já resultaram em pelo menos 15 mortes

A onda de protesto é o maior levante popular em anos no mais populoso país da África

Agência France-Presse
postado em 19/10/2020 16:58
 (crédito: KOLA SULAIMON / AFP)
(crédito: KOLA SULAIMON / AFP)

As manifestações da juventude contra a violência policial, agora ampliadas contra o governo, deixaram pelo menos 15 mortos na Nigéria desde o início do movimento há dez dias, segundo um balanço da Anistia Internacional.

"Até agora, 15 pessoas foram assassinadas, entre elas dois policiais", declarou à AFP Isa Sanusi, porta-voz da Anistia Internacional na Nigéria, após um fim de semana de violência em vários estados do país.

Milhares de manifestantes bloquearam nesta segunda-feira (19) duas das principais rodovias de Lagos, a metrópole econômica de 20 milhões de habitantes, disseram testemunhas à AFP.

Segundo uma testemunha e vídeos vistos pela AFP, centenas de jovens manifestantes marcharam próximo ao aeroporto de Lagos, tremulando bandeiras da Nigéria e gritando palavras de ordem contra o governo.

Os manifestantes se reuniram na principal via de acesso ao aeroporto internacional de Murtala Muhammed, assim como grandes vias de Lagos de Lagos, paralisando totalmente a metrópole.

Em Abuja, a capital federal, confrontos foram registrados entre manifestantes e a polícia nesta segunda. As forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo, segundo um jornalista da AFP no local

Horas antes, diversos manifestantes foram confrontados, pelo menos em duas ocasiões, por homens armados com varas de madeira e facas, segundo várias testemunhas ouvidas pela AFP. Anistia Internacional lamentou os ataques "de grupos armados contra manifestantes em Abuja" esta manhã, com "dezenas de feridos".

A ira pelos abusos cometidos pela fracassada Brigada Espacial Contra a Corrupção (SARS) desencadearam manifestações generalizadas na semana passada, obrigando o governo a intervir.

As monumentais manifestações têm aumentado, apesar do anúncio de uma série de reformas por parte das autoridades, e agora pedem a renúncia do presidente Muhammadu Buhari. A onda de protesto é o maior levante popular em anos no mais populoso país da África.

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