ESTADOS UNIDOS

Obama faz duro ataque a Trump

Em comício na Filadélfia, ex-presidente democrata avisa que os próximos 13 dias serão importantes pelas décadas seguintes. Ele acusa republicano de não levar trabalho a sério e de mentir todos os dias. Último debate ocorre hoje, no Tennessee

Correio Braziliense
postado em 21/10/2020 23:07
 (crédito: Alex Edelman/AFP)
(crédito: Alex Edelman/AFP)

O ex-presidente democrata dos Estados Unidos Barack Obama não poupou munição verbal contra o sucessor, o republicano Donald Trump. Ao participar de comício no estilo drive-in, na Filadélfia (Pensilvânia), ele advertiu: “Os próximos 13 dias importarão pelas próximas décadas. (…) Não podemos mais suportar quatro anos disso”. “Nossa democracia não irá funcionar se as pessoas que deveriam ser nossos líderes mentem todos os dias e simplesmente inventam coisas. E nos tornamos insensíveis a isso”, lamentou. Obama acusou o atual chefe de Estado de ineficiência na resposta à covid-19. “Oito meses depois do início desta pandemia, os casos aumentaram novamente em todo o país. Donald Trump não vai proteger todos nós. Ele não consegue nem mesmo dar os passos básicos para proteger a si mesmo”, ironizou, em sua primeira intervenção ao vivo durante a campanha.
Obama também criticou o estilo provocativo do magnata. “Isto não é um reality show, é a realidade. E o restante de nós teve que viver com as consequências de ele (Trump) ter se mostrado incapaz de levar o trabalho a sério”, alfinetou. De acordo com Obama, Trump não mostrou interesse em desempenhar bem o papel de presidente, confiado pelos eleitores em 2016. “Esperava, pelo bem do país, que ele mostrasse algum interesse em levar o cargo a sério, mas isso não ocorreu. Não mostrou nenhum interesse em fazer o seu trabalho ou em ajudar alguém além de si mesmo”, declarou. “Perderam-se milhões de empregos, a nossa orgulhosa reputação mundial está em farrapos.”
Obama exortou a população a mobilizar-se por Joe Biden, candidato democrata à Casa Branca e seu vice-presidente durante oito anos, sem confiar nas pesquisas que apontam sua liderança. “Eu não me importo com pesquisas. Houve um monte de pesquisas da última vez. Não deu certo. Um monte de gente ficou preguiçosa, complacente. Não desta vez, não nesta eleição”, disse, ao estimular os democratas a saírem de casa e a votarem. Mais de 40 milhões de cidadãos já votaram pelo serviço postal ou pessoalmente, o que representa cerca de 30% da participação total em 2016. Naquele ano, Trump venceu com muita força na Pensilvânia, um estado potencialmente crucial.
O primeiro presidente afro-americano da história aproveitou para comentar a informação de que Trump possui uma conta secreta na China, país frequentemente atacado pelo republicano. “Ouçam, imaginem o que seria se eu tivesse uma conta secreta num banco chinês quando concorria à reeleição? Não acham que a Fox News teria ficado preocupada com isso? Iam me chamar de Beijing Berry”, brincou Obama.
Segundo o jornal The New York Times, Trump passou anos trabalhando em projetos comerciais na China, onde tinha uma conta bancária administrada pela Trump International Hotels Management. A reportagem sustenta que o republicano manteve um escritório na China durante a campanha presidencial de 2016 e estava ligada a uma grande empresa controlada pelo governo chinês.
Pelo terceiro dia consecutivo, Biden, 77 anos, não teve atividades públicas, enquanto o presidente, de 74, manteve as viagens pelo país para tentar sensibilizar os indecisos e garantir a reeleição.
Duelo final

Biden e Trump ficarão cara a cara novamente, às 21h de hoje (22h em Brasília), no segundo e último debate em Nashville, Tennessee. O primeiro, realizado no fim de setembro, foi uma batalha estridente. E nada indica que o de hoje será diferente. Pelo contrário. Recusando-se a ser considerado presidente de um único mandato, Trump tem se dedicado, nos últimos dias, a atacar a integridade de seu adversário. Sem fornecer fatos concretos, ele diz reiteradamente que os Biden são “uma família do crime”. Trump fala sobre os negócios de Hunter Biden na Ucrânia e na China quando seu pai era vice-presidente de Obama (2009-2017). Para evitar o caos do primeiro debate, quando um candidato estiver falando, o microfone de seu oponente será silenciado. Essa regra foi considerada “injusta” por Trump. O duelo desta noite terá duração de uma hora e meia.

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