O toque de recolher noturno em vigor nas principais cidades francesas será ampliado no sábado (26/10) para uma grande parte do território e afetará 46 milhões de pessoas, ou seja dois terços da população - anunciou o primeiro-ministro Jean Castex nesta quinta-feira (22/10).
"As semanas que virão serão duras", advertiu o chefe de governo, ao anunciar a ampliação do toque de recolher que, para enfrentar a pandemia de coronavírus, obriga os franceses a ficarem em casa de 21h a 6h, horário local.
"A situação é grave" na França, onde "a circulação do vírus alcança um nível muito alto", acrescentou Castex, revelando novas medidas para tentar conter a segunda onda da pandemia de coronavírus.
Segundo o primeiro-ministro, a taxa de incidência, ou seja, o número de casos confirmados de covid-19 a cada 100 mil habitantes, aumentou 40% em uma semana, chegando a 251 no território nacional.
A taxa de reprodução do vírus mostra que o número de casos dobra a cada 15 dias.
Castex afirmou que espera um mês de novembro "ruim" e que o número de mortos "continuará aumentando".
Até agora, o toque de recolher afetava 20 milhões de franceses, especialmente nas grandes cidades, entre elas Paris e sua região.
Sua extensão entrará em vigor na madrugada de sexta para sábado, com uma duração de seis semanas. Isso significa que bares, restaurantes e comércios das áreas envolvidas deverão fechar às 21h.
Após uma primeira onda que causou mais de 30.000 mortes na primavera europeia (outono no Brasil), a França enfrenta há algumas semanas uma segunda onda da epidemia.
No total, o país lamenta mais de 34 mil mortes pela doença e 2.239 pacientes estão em terapia intensiva (UTI) - o maior número desde maio.
"Se não conseguirmos conter a epidemia coletivamente, enfrentaremos uma situação dramática e teremos que tomar medidas mais duras", alertou Castex.
Na primavera, a França vivenciou um confinamento generalizado de sua população por dois meses.
O Executivo espera conseguir aplicar também medidas de restrição de circulação, reuniões, ou abertura de estabelecimentos pelo menos até 1° de abril de 2021, em todo território, ou em parte dele, dependendo da situação epidêmica, de acordo com um projeto de lei.
Além da França, "toda Europa" está afetada pela segunda onda, afirmou o ministro francês da Saúde, Olivier Véran, aos deputados, referindo-se à República Tcheca, Inglaterra, Irlanda, Escócia e Alemanha.
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