Cientistas descobriram cerca de 7.000 leões-marinhos mortos no centro da Namíbia, no sul da África, um acontecimento que estaria relacionado a um "aborto em massa", anunciaram autoridades neste sábado (24).
O ambientalista Naudé Dreyer, da associação Ocean Conservation Namibia, já alertava em setembro sobre a presença de leões-marinhos mortos nas praias de Pelican Point, próximo à cidade de Walvis Bay.
"Nas duas primeiras semanas de outubro, foi possível observar o que os veterinários descrevem como um aborto em massa. Havia muitos fetos lá", explicou o doutor Tess Gridley, do Namibian Dolphin Project, em entrevista por telefone à AFP.
Os leões-marinhos geralmente dão à luz entre meados de novembro e dezembro.
Gridley observou que entre 5.000 e 7.000 fêmeas abortaram e "agora aguardamos a chegada dos [leões-marinhos] recém-nascidos".
Por enquanto, as causas dessas mortes e abortos são desconhecidas, mas os cientistas suspeitam que possam estar relacionadas à desnutrição, à poluição do mar ou a algum tipo de infecção bacteriana.
Algumas fêmeas encontradas mortas pareciam "magras, atrofiadas e com muito poucas reservas de gordura", disse o especialista.
Os cientistas estão coletando amostras para análise, mas temem que a temporada de reprodução dessa colônia de animais tenha sido completamente interrompida neste ano.
Annely Haiphene, diretora executiva do Ministério da Pesca e Marinha, explicou à AFP que eles suspeitam que a morte em massa desses leões-marinhos deve-se "à falta de alimento".
Em 1994, cerca de 10.000 focas morreram e houve cerca de 15.000 abortos espontâneos devido à fome por falta de peixes relacionada a uma infecção bacteriana em outra colônia de focas na Namíbia
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