Pandemia

Emergência na Espanha por até seis meses

Correio Braziliense
postado em 25/10/2020 23:09
 (crédito: Oscar Del Pozo/AFP)
(crédito: Oscar Del Pozo/AFP)

Diante de uma situação considerada extrema, o governo do primeiro-ministro Pedro Sánchez decretou, ontem, um novo estado de emergência na Espanha, com imposição de um toque de recolher — entre 23h e 6h — em todo o território, à exceção das Ilhas Canárias. A medida foi motivada pelo avanço da segunda onda do novo coronavírus no país, que ultrapassou 1 milhão de infecções. A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que, no sábado, em todo o mundo, foram confirmados 465.319 casos do novo coronavírus, um novo recorde mundial pelo terceiro dia consecutivo. Quase a metade dos registros ocorreu na Europa (221.898).

Na Espanha, as medidas restritivas valem, em princípio, por 15 dias, mas com a intenção do governo de prolongá-las até o início de maio. Na véspera, ao menos nove regiões espanholas pediram ao governo central para proclamar esse estado de alerta, embora algumas cidades e territórios já tenham se adiantado com restrições e toques de recolher locais, como Madri, Castilla e León (norte), Valencia (leste) e Granada (sul). “A situação que vivemos é extrema”, frisou Sánchez, num pronunciamento transmitido pela televisão.

É a segunda vez que o governo espanhol recorre a esse tipo de expediente com o objetivo de conter a propagação da covid-19, responsável por quase 35 mil mortes no país. As primeiras medidas foram impostas em março e duraram até junho, com o confinamento geral da população.

Recorde

O continente europeu acumula cerca de 9 milhões de contágios e mais de 260 mil mortes, num momento considerado crítico pelo diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Ontem, a França registrou um número recorde diário de contaminações, após o diagnóstico de mais 52.010 positivos, segundo dados das autoridades de Saúde Pública. O número de mortes no país aumentou em 116, chegando a 34.761. Os deputados aprovaram o prolongamento do estado de emergência até 16 de fevereiro, o que autoriza o Executivo a aplicar restrições contra a crise. O toque de recolher de 21h às 06h00, que envolvia 20 milhões de pessoas, foi ampliado e vai atingir 46 milhões de habitantes no país, por seis semanas.

Na Itália, três regiões com as cidades mais populosas voltaram a impor restrições, com toques de recolher, nos últimos dias: Lazio (Roma, centro), Lombardia (Milão, noroeste) e Campânia (Nápoles, sudoeste). Pelo menos duas outras — Piemonte (norte) e Sicília (sul) — seguirão o exemplo nos próximos dias.

Depois de um número recorde de infecções no sábado — 20 mil em 24 horas —, o governo italiano determinou o fechamento de cinemas, teatros, academias e piscinas até 24 de novembro. Os bares e restaurantes devem parar de servir os clientes após as 18h, e 75% das aulas em faculdades e universidades continuarão de maneira virtual. “O objetivo é claro: manter a curva de contágio sob controle, pois é a única maneira de controlar a pandemia sem sermos submersos”, explicou o primeiro-ministro Giuseppe Conte.

A iniciativa, porém, não foi bem recebida. Na noite de sábado, dezenas de manifestantes de extrema direita ocuparam o centro histórico de Roma contra o toque de recolher. O protesto entrou pela madrugada. Houve confronto com a tropa de choque. “Isso vai nos destruir”, desabafou Augusto d’Alfonsi, dono de um restaurante na capital italiana. Na Alemanha, também há grande insatisfação com as novas restrições.

 

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Covid volta a atingir o governo Trump

País mais atingido pelo novo coronavírus, com cerca de 224 óbitos e 8,6 milhões de casos, os Estados Unidos registraram novo recorde de diagnósticos diários da doença no fim de semana, em torno de 89 mil em 24 horas. O número foi divulgado no momento em que o chefe de gabinete do vice-presidente Mike Pence, Marc Short, também testou positivo para o Sars-CoV-2, assim como com pelo menos dois outros assessores da equipe. Em meio ao avanço da segunda onda, Mark Meadows, chefe de gabinete de Donald Trump na Casa Branca, afirmou que os Estados Unidos não vão “controlar a pandemia” da covid, que comparou novamente a uma gripe. “Vamos controlar o fato de que podemos ter vacinas, tratamentos e outros meios para aliviar (a doença, disse Meadows à CNN.

 

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