Condições de Trabalho

Médicos da saúde pública da Espanha fazem greve em plena pandemia

A greve dos Médico espanhóis é a primeira em 25 anos. Eles exigem um maior reconhecimento de seu trabalho após mais de seis meses de pandemia

Agência France-Presse
postado em 27/10/2020 13:56 / atualizado em 27/10/2020 13:57
Médicos protestam contra os maus-tratos ao setor, convocados pela Comissão Executiva da Confederação Estadual dos Sindicatos Médicos (CESM), e exigem saúde de qualidade durante manifestação em frente ao Parlamento espanhol, em Madri. -  (crédito: PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP)
Médicos protestam contra os maus-tratos ao setor, convocados pela Comissão Executiva da Confederação Estadual dos Sindicatos Médicos (CESM), e exigem saúde de qualidade durante manifestação em frente ao Parlamento espanhol, em Madri. - (crédito: PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP)

Exaustos após mais de seis meses de pandemia, os médicos do sistema público de saúde espanhol iniciaram uma greve nacional nesta terça-feira (27/10), a primeira em 25 anos, para exigir um maior reconhecimento de seu trabalho.

Devido às medidas de distanciamento social, apenas cerca de cinquenta profissionais reuniram-se em frente ao Congresso Espanhol de Madri, respondendo ao apelo da Confederação Estadual dos Sindicatos Médicos (CESM).

Segundo esta entidade, contactada pela AFP, cerca de 85% dos 267 mil médicos espanhóis participaram na greve, embora a maioria de forma simbólica.

Esta reivindicação nacional em um dos países europeus mais afetados pela covid-19 é nova, uma vez que esse tipo de protestos são geralmente convocados em nível regional, já que as regiões detêm competências de saúde pública.

Segundo o gastroenterologista Sergio Casabona, que participou do protesto em frente ao Congresso, "a gota d'água" para os profissionais de saúde foi um decreto, publicado no final de setembro, que permite a transferência de médicos para outros serviços hospitalares independente de sua especialidade.

O Ministério da Saúde justifica esta reforma pela pandemia covid-19, mas o CESM a define como "o maior ataque perpetrado contra a saúde espanhola".

A greve acontecerá todas as últimas terças-feiras de cada mês até que seja obtida resposta, segundo o CESM.

Neste contexto, o governo espanhol anunciou nesta terça-feira que o projeto de orçamento de 2021 vai aumentar a rubrica saúde em 151%, com mais 3 bilhões de euros, dos quais 2,4 bilhões serão atribuídos à compra de vacinas e ao reforço da rede de atenção primária.

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