Um juiz emitiu prisão preventiva contra o jornalista Roland Carreño, coordenador operacional do partido político do líder oposicionista Juan Guaidó, acusado de “financiar o terrorismo”, “conspiração” e “tráfico ilícito de armas de guerra”, informou a Justiça nesta quinta-feira (29/10).
Uma nota do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) acusa Carreño, preso na segunda-feira passada, de ter atuado como "operador financeiro para realizar planos conspiratórios e terroristas" contra o governo de Nicolás Maduro.
Carreño, um conhecido ex-apresentador de televisão, foi levado a um tribunal com jurisdição sobre casos de terrorismo na noite de quarta-feira. A audiência durou até o amanhecer.
“Ele é encarregado de fazer pagamentos logísticos para grupos terroristas que estão tentando desestabilizar a ordem interna e suspender as eleições parlamentares” de 6 de dezembro, indicou o Supremo Tribunal Federal.
As votações para uma nova Assembleia Nacional serão boicotadas por Guaidó e pelos principais partidos da oposição, que as denunciam como "uma farsa".
Os Estados Unidos anunciaram que vão ignorá-las e a União Europeia pediu seu adiamento, cenário descartado por Maduro.
Segundo o Supremo Tribunal Federal, Carreño teria usado "a fachada de organizações não governamentais" para a "logística" de uma frustrada incursão armada à Venezuela em maio, e da saída do país do líder oposicionista Leopoldo López, que estava na residência do embaixador espanhol em Caracas, no último fim de semana.
A advogada Ana Leonor Acosta, defensora de Carreño, qualificou a versão do Ministério Público como "implausível".
Carreño foi detido na segunda-feira junto com outros dois ativistas do Partido da Vontade Popular, Yeferson Sarcos e Elías Rodríguez, que foram libertados poucas horas depois.
Pela lei venezuelana, o crime de "financiamento do terrorismo" inclui penas de prisão de 15 a 25 anos.
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