Onze milhões de pessoas, o equivalente a 20% da população da Inglaterra, estarão em breve no maior nível de alerta contra o coronavírus imposto pelo governo de Boris Johnson, que nesta sexta-feira (30/10) anunciou novas restrições em nível local para evitar um confinamento nacional.
A região de Nottingham, no centro da Inglaterra, passou nesta sexta-feira para o nível "muito alto" (o maior na escala de três) de alerta sanitário. Seus 830 mil habitantes não podem mais se reunir com pessoas de outras residências. Bares e "pubs" que não servem comida foram obrigados a fechar as portas.
A região de West Yorkshire, norte do país, sofrerá o mesmo destino a partir de segunda-feira (2/11), o que elevará para 11 milhões - dos 56 milhões de habitantes da Inglaterra - o número de pessoas submetidas ao maior nível de restrições.
Londres e seus nove milhões de habitantes estão no "nível alto", com a proibição de encontros em locais fechados com parentes e amigos que não moram na mesma casa.
Mais da metade da Inglaterra está no nível 2, ou 3. O nível 1 proíbe reuniões com mais de seis pessoas e estabelece o fechamento de bares e restaurantes às 22h.
"Em West Yorkshire, as taxas de infecção estão entre as mais elevadas do país e continuam aumentando rapidamente", afirmou o Ministério da Saúde nesta sexta-feira.
Os casos de covid-19 aumentaram 65% em uma semana no hospital de Leeds, principal cidade da região.
O Reino Unido é a nação mais afetada da Europa, com mais de 45 mil mortes confirmadas por coronavírus.
Cada uma das quatro nações que formam o Reino Unido tem competência para decidir suas políticas contra a pandemia.
Os mais de três milhões de habitantes de Gales já estão submetidos a um novo confinamento, determinado pelo governo regional, mas Boris Johnson se esforça para evitar o retorno do confinamento geral na Inglaterra.
De acordo com um estudo científico realizado por várias universidades e laboratórios internacionais, citado pelo jornal "Financial Times", 80% dos atuais casos de contágio no Reino Unido corresponderiam a uma nova mutação do coronavírus, surgida durante o verão (hemisfério norte) em zonas agrícolas espanholas.
O estudo mostra, de acordo com o jornal, que a nova variante do coronavírus se propagou rapidamente pela Europa e já constitui a maioria dos recentes casos de covid-19 em diversos países.
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