O avanço da pandemia na Europa continua obrigando o continente a reforçar as medidas para frear os contágios, como na Grécia, que anunciou neste sábado um confinamento parcial, ou na Inglaterra, que estaria a ponto de impor um novo confinamento geral a partir da próxima semana.
Desde o surgimento em dezembro do ano passado, a covid-19 provocou quase 1,2 milhão de mortes e mais de 45,6 milhões de contágios no mundo, de acordo com um balanço da AFP.
Os países que registraram mais mortes em apenas um dia, segundo os mais balanços oficiais das últimas horas, são Estados Unidos com 919, Índia (551) e França (545).
Em uma Europa cercada pelo avanço do vírus (mais de 10,2 milhões de contágios), a Inglaterra cogita impor um novo confinamento. O Reino Unido é o país mais afetado pela pandemia no continente, com mais de 46.000 óbitos.
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, anunciou neste sábado um confinamento parcial.
"Temos que agir agora" para que as Unidades de Terapia Intensiva não fiquem saturadas, explicou o chefe de Governo. "Não é um confinamento como o da primavera" (hemisfério norte).
"O vírus está atacando por ondas e precisamos nos adaptar rapidamente", disse.
O confinamento, que começará às 6H00 locais de terça-feira, proibirá a circulação entre meia-noite e 5H00. Os restaurantes, bares e pontos de lazer permanecerão fechados em Atenas e outras cidades do país.
O restante da Grécia, país que registra mais de 37.000 casos de coronavírus desde fevereiro e 620 mortes, terá que obedecer um toque de recolher noturno e o uso obrigatório de máscaras, inclusive ao ar livre.
Portugal também está considerando introduzir novas medidas para frear as infecções: o país registrou na sexta-feira o recorde de 4.656 novos casos diários e 40 mortes.
Novo confinamento na Inglaterra?
De acordo com a imprensa, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, mudou a abordagem contra o coronavírus e pretende anunciar um segundo confinamento geral na Inglaterra a partir da próxima semana e durante um mês.
Segundo alguns meios de comunicação, os estabelecimentos comerciais não essenciais serão fechados, mas as creches, escolas e universidades permanecerão abertos.
Os bares, pubs e restaurantes também serão obrigados a interromper as atividades durante algumas semanas, um duro golpe para um setor muito afetado pela pandemia.
Os governos descentralizados da Escócia, Gales e Irlanda do Norte já adotaram fechamentos parciais para tentar reduzir o aumento de casos.
No mês passado, os conselheiros científicos do governo recomendaram um confinamento nacional de duas semanas durante o recesso escolar da metade do trimestre, mas Johnson recusou a medida.
"O atraso do governo custou vidas e meios de sustento", declarou o prefeito de Londres Sadiq Khan, do Partido Trabalhista, o principal da oposição. "Devemos atuar agora para proteger ambos", completou.
Neste contexto, a Eslováquia iniciou neste sábado um ambicioso programa de detecção de coronavírus em toda a população com exames de antígenos, que proporcionam resultados rápidos, às vezes em minutos, mas que não são considerados tão confiáveis como os exames PCR, aqueles em que amostras nasais são enviadas para um laboratório para análise.
Quase 45.000 profissionais da saúde, do exército e da polícia foram mobilizados para organizar os testes neste país membro da UE, de 5,4 milhões de habitantes, com a obtenção de amostras em 5.000 pontos de detecção.
"O mundo estará observando de perto", declarou o primeiro-ministro Igor Matovic esta semana, antes de destacar que a medida salvará "centenas de vidas".
Mas a Associação Eslovaca de Médicos de Família considera que o plano governamental foi mal elaborado, pois a lotação dos locais de teste vai contra os protocolos para prevenir os contágios.
Em outros países, que já retomaram os confinamentos, com níveis diferentes de rigor, aumenta o descontentamento entre alguns cidadãos com as restrições.
Na Espanha, manifestantes enfrentaram a polícia na sexta-feira no centro de Barcelona depois que centenas de pessoas se reuniram para criticar as novas medidas, que incluem um toque de recolher e a proibição de sair da cidade durante o fim de semana de Todos os Santos.
E na Itália, o prefeito de Florença pediu calma neste sábado após os violentos confrontos entre a polícia e manifestantes.
400.000 mortos
Ao mesmo tempo, a América Latina e o Caribe, região com mais casos de covid-19 (11,3 milhões), superou na sexta-feira a marca de 400.000 mortes provocadas pelo vírus.
Além disso, o Peru superou 900.000 casos. Com 34.411 vítimas fatais, o país tem a maior taxa de mortalidade do mundo (104 óbitos para cada 100.000 habitantes).
Estados Unidos enfrentam uma aceleração da pandemia a poucos dias da eleição presidencial, com um novo recorde diário de mais de 94.000 contágios, segundo um balanço da Universidade Johns Hopkins.
O país é o mais afetado do planeta com quase 230.000 mortos e mais de nove milhões de casos de covid-19.
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