A hashtag #ProudBoys, usada por um grupo de extrema direita que era tendência na semana passada após o debate presidencial nos Estados Unidos, foi assumida pela comunidade LGBTQ desde o fim de semana e, na segunda-feira (5), continuou a inundar o Twitter com imagens de orgulho gay.
A campanha na mídia social surge quase uma semana depois que o presidente Donald Trump se recusou a condenar os Proud Boys, um grupo nacionalista exclusivamente masculino que preconiza a superioridade da raça branca.
Trump pediu que eles "recuassem e esperassem" - no que o mesmo grupo viu como um sinal de reconhecimento -, enquanto atacava os extremistas da "extrema esquerda".
A hashtag ligada à organização foi "roubada" no fim de semana por uma avalanche de usuários que começaram a postar fotos de casais gays, memes e mensagens de amor.
George Takei, estrela e ícone da comunidade de "Star Trek", apresentou a ideia a 3,1 milhões de seguidores no Twitter.
"E se gays tirassem fotos uns dos outros se beijando ou fazendo coisas muito gays e depois se etiquetassem como #ProudBoys", escreveu ele. "Aposto que isso os incomodaria muito. #ReclaimingMyShine (Recuperando meu brilho)", completou.
Milhares de pessoas, incluindo políticos, estrelas de TV e até militares canadenses atenderam ao chamado e inundaram as redes.
O congressista Carlos G. Smith, o primeiro legislador LGBTQ latino da Flórida, tuitou uma série de fotos com seu parceiro com a legenda: "Seus dois #ProudBoys favoritos estão prontos para votar".
Bobby Berk, um dos animadores da série da Netflix "Queer Eye", postou uma foto com a mensagem: "olhe esses #ProudBoys fofos (#retuíte e faça essa hashtag sobre amor, e não ódio".
Enrique Tarrio, líder dos Proud Boys, disse à rede CNN que não considerou a campanha "ofensiva", porque a organização não é homofóbica.
"Não é um insulto. Não somos homofóbicos. Não nos importamos com quem as pessoas dormem. As pessoas pensam que vão nos incomodar. Não é assim", disse ele, para então criticar que o movimento está "tentando afogar nossos apoiadores, tentando nos silenciar".
Dois dias depois do debate, Trump tentou reprimir as críticas, afirmando em uma entrevista à Fox News que ele condena "todos os supremacistas brancos".