Educação

EUA devem investir mais dinheiro público em educação infantil, diz estudo

Não existe um sistema público de educação infantil nos Estados Unidos

Os Estados Unidos precisam investir mais dinheiro público nos primeiros anos da educação infantil, um setor fortemente atingido pela pandemia, de acordo com um estudo do Federal Reserve de Boston, divulgado nesta segunda-feira (19).

O setor já estava passando por dificuldades e "as pressões causadas pelo vírus continuam desfalcando suas frágeis bases", destaca o estudo das economistas Beth Mattingly, do Federal Reserve de Boston, e Jess Carson, da Universidade de New Hampshire.

"Sabemos como consertar a educação infantil, as pessoas estudam isso há anos. Há uma maneira e é com mais dinheiro. Sem aumento de investimentos, o setor está em risco", diz Mattingly em uma nota à imprensa sobre o estudo.

A ideia de gastar mais dinheiro de impostos com creches e pré-escola pode assustar alguns, acrescentou Carson, mas é um caso de economizar com gastos menores e desperdiçar em despesas maiores, segundo ela.

Não existe um sistema público de educação infantil nos EUA. Os pais podem usar estabelecimentos privados que custam milhares de dólares por mês - o que, para uma em cada quatro famílias, corresponde a mais de 10% de sua renda, mostrou a pesquisa.

As alternativas são instalações vinculadas a organizações religiosas ou comunitárias. Metade das famílias americanas vive em um "deserto" de instituições de educação infantil. O estudo observou que a disseminação do trabalho remoto pode aumentar a demanda por creches e pré-escolas em áreas residenciais.

Se a demanda for baixa, porém, estabelecimentos já em dificuldade podem fechar, criando mais um obstáculo para a recuperação econômica da pandemia, à medida em que pais e mães lutam para encontrar cuidados para seus filhos.

Os equipamentos de segurança exigidos pela pandemia subiram ainda mais os altos custos, enquanto os salários são baixos. A pesquisa indica que, mesmo antes da pandemia, profissionais da educação infantil viviam em condições econômicas precárias.