ABORTO

Manifestações na Polônia contra proibição quase total do aborto

A decisão, de acordo com o desejo do partido ultracatólico nacionalista no poder Direito e Justiça (PiS), limita o direito ao aborto para dois únicos casos: risco de morte para a grávida e gravidez resultante de um estupro ou incesto

Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado (24) na Polônia pelo terceiro dia consecutivo contra a proibição quase total do aborto neste país, que já contava com uma das legislações mais restritivas da União Europeia nesta questão.

O Tribunal Constitucional polonês proibiu na quinta-feira o aborto em caso de má formação grave do feto. Uma decisão a priori definitiva, mas impugnada pela oposição liberal e organizações de defesa dos direitos das mulheres neste país, de tradição católica enraizada.

Ao grito de "Liberdade, igualdade, direitos das mulheres", os manifestantes - que desafiaram a proibição de reuniões públicas decretada pelo governo para combater a pandemia de coronavírus - marcharam por todo o país para denunciar a decisão judicial.

"Vergonha" ou "Guerra às mulheres" eram algumas das frases lidas em cartazes erguidos pelos manifestantes, que pedem também um referendo sobre o assunto.

A decisão, de acordo com o desejo do partido ultracatólico nacionalista no poder Direito e Justiça (PiS), limita o direito ao aborto para dois únicos casos: risco de morte para a grávida e gravidez resultante de um estupro ou incesto.