CORRIDA PELA CASA BRANCA

Trump e Biden trocam ataques às vésperas das eleições nos EUA

O republicano aparece em desvantagem nas pesquisas nacionais, que o apresentam com 44% dos votos, enquanto Biden aparece com 51%

Agência France-Presse
postado em 02/11/2020 20:14
 (crédito: AFP / JIM WATSON)
(crédito: AFP / JIM WATSON)

O presidente Donald Trump e seu adversário, o democrata Joe Biden, se lançaram nesta segunda-feira (2/11) em um esforço final para garantir até o último voto nos estados em disputa após uma campanha marcada pela pandemia, a crise econômica e a profunda polarização nos Estados Unidos.

O republicano aparece em desvantagem nas pesquisas nacionais, que o apresentam com 44% dos votos, enquanto Biden aparece com 51%, mas no comício em Fayetteville, Trump minimizou os resultados.

Mas os resultados são tão apertados em alguns locais-chave, como na Pensilvânia, que nesta segunda, Biden anunciou que fará campanha neste estado no próprio dia das eleições, o que é legal nos Estados Unidos, mas demonstra a disputa acirrada que marca a corrida da Casa Branca.

Trump, que enfrenta uma verdadeira maratona de eventos nesta segunda-feira, desqualificou os resultados das pesquisas durante ato em Faytteville, na Carolina do Norte, um dos cinco locais que visitará durante o dia.

"Eu vejo estas pesquisas falsas", disse para a multidão. "Nós vamos ganhar de qualquer maneira", completou.

Trump se vangloriou de ser um presidente que não faz parte da classe política e, portanto, "coloca os Estados Unidos em primeiro lugar".

"Saiam e votem, é tudo o que lhes peço", disse o magnata imobiliário, que depois repetiu para a plateia uma série de lapsos e erros que Biden cometeu ao longo da campanha.

A corrida eleitoral foi marcada pela pandemia da covid-19, que deixou mais de 231.000 mortos no país, aumentou o desemprego, diminuiu a campanha de Biden e colocou em evidência as profundas diferenças da sociedade americana.

O presidente de 74 anos, que foi hospitalizado após contrair a covid-19, foi acusado por Biden, de 77 anos, de "espalhar" o vírus com seu ritmo frenético de comícios, que reunia muitas pessoas às vezes sem máscara.

Biden criticou fortemente a gestão da pandemia nesta segunda-feira durante um comício em outro estado importante: Ohio.

"Tivemos caos suficiente! Tivemos o bastante com os tuítes, a raiva, o ódio, o fracasso, a irresponsabilidade", disse Biden, que prometeu manter a pandemia "sob controle" se eleito.

Para chegar à Casa Branca é preciso obter pelo menos 270 votos no Colégio Eleitoral de 538 membros.

Medo do caos

As eleições são na terça-feira, mas a pandemia levou milhões de americanos a votarem antecipadamente, com um recorde de mais de 96 milhões de votos já registrados.

Isso também abre espaço para um cenário de incerteza, pois, na noite da eleição, o percentual de votos a ser apurado nas urnas pode dar um resultado que pode ser revertido na contagem dos votos antecipados.

O nervosismo em torno da eleição levou várias cidades, incluindo Nova York e Washington, a proteger lojas e escritórios e paredes de janelas em caso de manifestações.

Apesar do entorno do presidente acusar a esquerda radical de causar instabilidade, o FBI está investigando um incidente no Texas depois que um grupo de apoiadores de Trump cercou um ônibus de campanha de Biden em uma rodovia e o perseguiu.

Um dos estados pendulares é a Pensilvânia, que contribui com 20 votos para o Colégio Eleitoral. Quatro anos atrás, Trump venceu por pouco lá e neste ano as pesquisas mostram Biden com uma pequena vantagem, com 49,8% frente aos 45,5% de Trump.

Mas em 2016 as pesquisas não anteciparam a vitória de Trump e, por isso, nesta segunda-feira os candidatos e seus colegas de chapa se voltarão para diferentes cantos da Pensilvânia para garantir até o último voto.

Depois de Fayetteville, Trump viajará para Avoca, na Pensilvânia, e então fará uma intensa maratona, com paradas em Michigan e Wisconsin e, para encerrar a campanha, um último comício em Michigan, na cidade de Grand Rapids.

Coincidência logística ou encanto de campanha, este foi o local que escolheu para encerrar a sua campanha em 2016 e depois disse aos seus apoiadores: "Se vencermos no Michigan, venceremos esta eleição histórica".

Lady Gaga e Obama com Biden

Biden também comparece nesta segunda-feira à Pensilvânia, onde espera inclinar o estado desta vez para o lado democrata e finalmente ser eleito para a Casa Branca.

Estará presente no evento a cantora Lady Gaga, ícone pop, o que provocou a ira de Trump, que tuitou que a artista faz parte de uma plataforma contra a extração de petróleo de xisto, argumento com o qual pretende gerar medo de que Biden seria ruim para a indústria petrolífera americana.

Nas últimas semanas, Biden recebeu os elogios do ex-presidente Barack Obama, do qual foi vice-presidente, que viajou a distritos importantes para incentivar os eleitores a votarem no democrata.

Obama pediu que os mesmos erros de 2016 não se repitam.

"Éramos complacentes. Teve gente que ficou um pouco preguiçosa, gente que deu as coisas como certas", alertou, referindo-se a uma possível vitória democrata nas últimas eleições.

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