Após a trágica sequência de ofensivas extremistas na França, ontem à noite, foi a vez de a população de Viena experimentar momentos de pânico em meio a um tiroteio nas proximidades de uma importante sinagoga, no centro da capital austríaca. De acordo com a polícia, três pessoas morreram no ataque, classificado como um ato de terrorismo pelo chanceler Sebastian Kurz.
“Estamos passando por momentos difíceis. Gostaria de agradecer a todo o pessoal de emergência que arrisca suas vidas, especialmente hoje, por nossa segurança. Nossa polícia tomará medidas decisivas contra os ataques terroristas”, advertiu Kurz, em sua conta no Twitter.
Entre os mortos na troca de tiros está um dos autores do ataque, segundo anunciou a polícia em uma rede social. “Fico feliz que nossos policiais tenham conseguido atirar em um agressor. Nunca seremos intimidados pelo terrorismo e lutaremos contra esses ataques com todos os meios”, enfatizou o chanceler.
As forças de segurança informaram que seis diferentes locais foram atacados e que pelo menos 15 pessoas ficaram feridas. “Parece que é um ataque terrorista”, indicou o ministro do Interior, Karl Nehammer, em declarações à rádio pública ORF, antes da manifestação de Kurz. O ministro pediu aos moradores que permanecessem em suas casas porque a operação avançaria pela madrugada. Os serviços de transporte foram suspensos.
A repercussão foi imediata. Em um tuíte, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, ressaltou que a União Europeia condenava “com força” o episódio “covarde”. O governo da Alemanha também reagiu em uma rede social ao que chamou de “notícias assustadoras e chocantes” vindas de Viena. “Não devemos ceder ao ódio, que busca dividir nossas sociedades”, manifestou-se a chancelaria alemã. “Mesmo se o alcance dos atos terroristas não foi determinado ainda, nossos pensamentos estão com os feridos e as vítimas nestas horas difíceis”, destacou.
Segundo o Ministério do Interior, dois homens estavam envolvidos no ataque. Um teria morrido, enquanto o outro fugiu. Uma fonte, segundo a agência de notícias austríaca APA, relatou que um policial ficou gravemente ferido no confronto com os suspeitos. Em entrevista a uma emissora de televisão, uma testemunha relatou ter visto “uma pessoa correr com uma arma automática”, atirando intensamente. Outra mencionou “pelo menos 50 tiros”.
De acordo com investigadores, os disparos tiveram início por volta das 20h (16h em Brasília) nas proximidades da rua Seitenstettengasse, onde está localizada a sinagoga Stadttemple. Os policiais chegaram revidando. Pessoas que estavam nas redondezas foram paradas para averiguações. “Até o momento não é possível dizer se a sinagoga era um alvo”, admitiu, no Twitter, Oskar Deutsch, presidente da comunidade israelita de Viena (IKG).
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Combate à covid
Atingidos com força pela segunda onda da pandemia de coronavírus, que pode não ser a última, mais países europeus reforçam as restrições. Em todo planeta, o balanço supera 46,5 milhões de contagiados desde o surgimento do vírus no fim de 2019 na China, com pelo menos 1.201.450 mortes, segundo um balanço atualizado da agência France-Presse. Ontem, Bélgica e Alemanha adotaram novas medidas para conter o vírus. Itália e Portugal programam ações mais rigorosas.
“Podemos ter várias ondas sucessivas durante o fim do inverno e na próxima primavera de 2021 (hemisfério norte), em função do clima e do nível e eficácia das estratégias de teste, rastreamento e isolamento dos casos positivos”, advertiu, ontem, o Conselho Científico que guia o governo francês na gestão da pandemia.
Até o fim de novembro, na Alemanha, que registra recordes seguidos de diagnósticos, bares, cafés e restaurantes devem permanecer de portas fechadas, assim como teatros, óperas e cinemas, o que foi muito criticado pelo mundo da cultura. A população não precisará ficar confinada.
A Bélgica decidiu impor um confinamento mais severo durante seis semanas. Portugal aplicará um novo confinamento em 70% do país a partir de amanhã, Na Itália, o governo vai impor um toque de recolher noturno em nível nacional para conter o vírus.