Machismo

Polêmica na Espanha por declarações do diretor do governo sobre enfermeiras

Governo espanhol pediu para que Fernando Simón se desculpe por comentários sexistas destinados a enfermeiras

Correio Braziliense
postado em 03/11/2020 10:01
Declaração de Fernando Simón causou repúdio por parte das enfermeiras e da oposição -  (crédito: ORJA PUIG DE LA BELLACASA)
Declaração de Fernando Simón causou repúdio por parte das enfermeiras e da oposição - (crédito: ORJA PUIG DE LA BELLACASA)

Madri, Espanha - Um comentário do diretor do centro de emergências de saúde na Espanha, Fernando Simón, no qual fez uma piada sobre enfermeiras "infecciosas", gerou polêmica no país, onde o sindicato da enfermagem criticou seus "assuntos sexistas", e o governo pediu nesta terça-feira (3/11) que se desculpe.

A polêmica começou na sexta-feira (30/10), quando foi divulgada uma entrevista on-line com Simón que, como uma figura do combate à pandemia de covid-19, dirige-se aos espanhóis todas as semanas em coletivas de imprensa transmitidas pela televisão.

Diante de uma pergunta sobre se gostava "das doenças infecciosas, ou das enfermeiras infecciosas", Simón respondeu entre risadas: "Não perguntei se eram infecciosas, ou não, isso você via alguns dias depois".

O Conselho Geral de Enfermagem, representante do sindicato na Espanha, condenou "o momento de desinibição machista e retrógrado" de Simón e seu tom "sexista e primitivo".

"As enfermeiras levam décadas lutando para se desfazer de todas as imagens e estereótipos machistas" e "é intolerável que uma pessoa com a responsabilidade que ostenta Simón em seu cargo se permita difamar" a profissão em plena pandemia, disse o comunicado da organização, que exigiu um pedido de desculpas.

Os comentários também foram classificados como "sexistas e vergonhosos" pela oposição de direita do Partido Popular (PP), que os denunciou ao Ministério da Igualdade.

E, nesta terça-feira, a vice-presidente do governo, Carmen Calvo, considerou em uma entrevista à rádio Cadena Sur que Simón deve pedir desculpas "a título individual e como cidadão e homem" por um comentário "muito inadequado" que reafirma "estereótipos que não ajudam em nada na igualdade e respeito às mulheres".

 

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