Eleições EUA

Sem provas, Trump volta a falar em fraude e promete batalha judicial

"Haverá muito litígio porque temos muita prova, muita evidência, e provavelmente a autoridade de Justiça mais alta, a Suprema Corte, será envolvida, porque não podemos permitir que a eleição seja roubada de nós", afirmou o presidente dos EUA

Sarah Teófilo
postado em 05/11/2020 22:13 / atualizado em 05/11/2020 23:10
 (crédito: MANDEL NGAN / AFP)
(crédito: MANDEL NGAN / AFP)

Em meio à batalha voto a voto com o democrata Joe Biden, o presidente norte-americano Donald Trump fez um pronunciamento na noite desta quinta-feira (5/11) no qual volta a abordar a tese não comprovada de fraude na contagem dos votos nas eleições dos EUA. O republicano ainda prometeu uma batalha judicial caso seja derrotado nas urnas.

“Na contagem de votos legais, a minha vitória é clara. Na contagem de votos ilegais, eles podem tentar roubar de nós a eleição”, disse. Desde que começou a perder em estados-chave, e nos quais já tinha vencido, como Michigan e Wisconsin, o presidente passou a reiterar a ideia de fraude eleitoral. De acordo com ele, há contagem de votos que chegaram atrasados em alguns locais.

O presidente afirmou que há poucos estados ainda a serem decididos, e que os equipamentos eleitorais nas localidades são gerenciados por democratas. "Eles estavam muito atrás e, de repente, por um milagre, os números começaram a favorecer os democratas, de forma ilegal, e eles não querem permitir auditores legais", afirmou. Trump alegou, ainda, que quando levaram auditores, foram mantidos a muitos metros de distância, sem conseguir observar com clareza as operações de contagem.

“Haverá muito litígio porque temos muita prova, muita evidência, e provavelmente a autoridade de Justiça mais alta, a Suprema Corte, será envolvida, porque não podemos permitir que a eleição seja roubada de nós", afirmou. O presidente disse que já falou muito sobre votos via correio, dizendo ser algo "que destrói o sistema". "É corrupto, é algo que corrompe as pessoas mesmo que não sejam corruptas por natureza. Eles querem saber quantos votos precisam e, de repente, aparecem votos; depois deles esperarem aparecem esses votos", afirmou.

O presidente questiona que em alguns estados, como na Pensilvânia e Geórgia, ele estava ganhando com uma diferença grande de votos, mas, de repente, a diferença já estava pequena - o que é normal, visto que no decorrer da apuração, cenários podem mudar. “Essa margem está sendo reduzida e eu saio do ponto que estava vencendo com uma margem ampla para, talvez, perder”, disse, se referindo a Geórgia.

Trump criticou, ainda, as pesquisas eleitorais, dizendo que “erraram feito” ao prever uma onda democrata, alegando que o que se vê é uma onda republicana. Em seu pronunciamento, o presidente frisou que o objetivo é defender a integridade da eleição, reafirmando uma acusação, sem embasamento, de problemas no sistema do voto pelo correio.

“Nós queremos que os votos legais sejam contados; queremos transparência, não queremos salas secretas ou que cédulas misteriosas cheguem depois do dia da eleição. Não podemos ter votos feitos depois da eleição. Queremos uma eleição honesta, uma contagem honesta. (...) Acreditamos que ganharemos tranquilamente essa eleição”, afirmou.

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