Mulher pré-histórica

Descoberta de esqueleto na Alemanha dá pistas sobre era pré-histórica

Os restos mortais foram encontrados na região de Brandemburgo durante escavações em uma turbina eólica. Acredita-se que o esqueleto da mulher de 35 a 40 anos tenham 5 mil anos

Agência France-Presse
postado em 06/11/2020 09:07 / atualizado em 06/11/2020 09:07
A antropóloga alemã Bettina Jungklaus segura o osso da mandíbula inferior, parte dos restos do esqueleto da chamada
A antropóloga alemã Bettina Jungklaus segura o osso da mandíbula inferior, parte dos restos do esqueleto da chamada "Senhora de Bietikow", em Berlim. - (crédito: John MACDOUGALL / AFP)

Pesquisadores alemães estão reconstituindo a vida de uma mulher pré-histórica que morreu há mais de 5 mil anos, no período Neolítico, depois que o esqueleto da mesma foi encontrado durante trabalhos de escavação para turbinas eólicas.

A ossada foi encontrada em maio, durante trabalhos em Bietikow, na região de Brandemburgo, que rodeia Berlim. A "Dama de Bietikow" viveu, muito provavelmente, entre 3.400 e 3.300 a.C..

A mulher, que morreu quando tinha cerca de 40 anos, teria sido contemporânea de Otzi, o "Homem de Gelo", cujos restos mumificados foram descobertos em 1991 numa geleira alpina localizada na fronteira entre Áustria e Itália.

"Pode-se comparar Ötzi à Dama de Bietikow em termos de idade, mas a descoberta do Homem de Gelo foi muito mais espetacular em termos de estado de conservação", indicou à AFP o arqueólogo Philipp Roskoschinsky.

Em Brandemburgo, foi descoberta apenas a ossada, com restos de roupa, que mostra que a mulher foi enterrada durante o período Neolítico, em posição de agachamento, uma das formas mais antigas de enterro dos mortos.

"Os poucos ossos da Dama de Bietikow já são informativos. Naquela época, os cereais foram introduzidos na alimentação diária e no comércio", explicou o arqueólogo. "Em comparação com os animais, os cereais podem ser mais bem armazenados e usados mais facilmente como meio de pagamento. No entanto, isso provocou, com frequência, uma deterioração da saúde da população", assinalou.

"Alguns dentes estão bastante desgastados", destacou a arqueóloga Bettina Jungklaus, sobre a mandíbula do esqueleto. "Normalmente, há esmalte na superfície dos dentes. Aqui, está muito desgastado, corroído (...) O esmalte está completamente ausente, o que nos permite tirar conclusões sobre a nutrição. Era, certamente, muito rica em fibras, muito dura", apontou.

Exames adicionais tentarão determinar se a mulher era originária dessa região ou imigrou.

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