Lima, Peru - O chefe do Congresso peruano, Manuel Merino, assume nesta terça-feira (10/11) como o novo presidente do país andino, que vive horas de grande incerteza depois que o popular presidente Martín Vízcarra foi afastado do cargo na segunda-feira (9/11).
Merino assumirá o comando em uma sessão parlamentar marcada para 10h e se tornará o terceiro presidente do Peru desde 2016, um reflexo da fragilidade institucional que caracteriza o antigo vice-reinado espanhol desde sua independência em 1821.
O Congresso destitui Vizcarra na segunda-feira à noite por "incapacidade moral" no encerramento de um segundo julgamento político contra ele em menos de dois meses, após denúncias de que teria recebido propina quando era governador da região sul de Moquegua em 2014. Ele nega as acusações.
Vizcarra descartou ações judiciais para resistir à decisão do Congresso e disse que sairia imediatamente do Palácio do Governo para sua residência particular.
"Saio do Palácio do Governo como entrei há dois anos e oito meses: de cabeça erguida", declarou à imprensa, rodeado por seus ministros, no pátio da casa do Governo.
"Estou saindo com a consciência limpa e com o dever cumprido", acrescentou Vizcarra, que contou com níveis recordes de popularidade em seus 32 meses de mandato, o que se refletiu em marchas e panelaços em seu apoio em Lima e outras cidades após o julgamento.
A moção de impeachment foi aprovada por 105 votos a favor, 19 contra e quatro abstenções, ultrapassando em muito os 87 votos exigidos.
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