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EUA espera iniciar vacinação contra covid-19 no início de dezembro

Os líderes mundiais prometeram no domingo "não poupar esforços" para garantir o acesso equitativo às vacinas covid-19, embora tenham anunciado poucas medidas concretas

Agência France-Presse
postado em 22/11/2020 19:13
 (crédito: JOEL SAGET / AFP)
(crédito: JOEL SAGET / AFP)

Diante do avanço descontrolado da covid-19, que infectou mais de 12 milhões de pessoas em seu território, os Estados Unidos preveem começar um programa de vacinação no início de dezembro com a esperança de alcançar a imunidade coletiva em maio.

A farmacêutica americana Pfizer e a parceira alemã BionNTech pediram na sexta-feira à Administração de Medicamentos e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) a aprovação da vacina.

A solicitação era esperada há vários dias, após a divulgação dos resultados do ensaio clínico realizado desde julho entre 44.000 voluntários em vários países e segundo o qual a vacina teria uma eficácia de 95% contra a covid-19, sem efeitos colaterais graves.

A agência americana anunciou neste domingo que em 10 de dezembro será realizada uma reunião pública de seu comitê de vacinas para analisar o pedido da farmacêutica.

A decisão de autorizar ou não a vacina, porém, dependerá dos cientistas da FDA e o aval poderá ser dado na primeira quinzena de dezembro.

"Nosso plano é poder enviar as vacinas aos locais de vacinação dentro das 24 horas posteriores à aprovação" pela FDA, disse Moncef Slaoui, chefe da agência, à CNN.

O alto funcionário também disse que espera que, assim que lançada a campanha de vacinação em massa, o país possa alcançar a "imunidade coletiva" em maio.

"Normalmente, com o nível de eficácia que temos (95%), imunizar aproximadamente 70% da população geraria uma verdadeira imunidade coletiva. Provavelmente acontecerá em maio, ou perto disso, dependendo de nossos planos", disse.

Os Estados Unidos são o país mais afetado pelo vírus em termos absolutos, com 255.800 mortes por covid-19. A epidemia está fora de controle e o número de novos casos diários está disparando (quase 164.000 no sábado). O número total de contágios supera os 12 milhões, segundo a Universidade Johns Hopkins.

- "Tratamento promissor" -
Outro motivo esperançoso para os americanos é a autorização de um tratamento da empresa Regeneron, usado pelo presidente Donald Trump.

"Autorizar esses tratamentos com anticorpos monoclonais pode ajudar os pacientes ambulatórios a evitar a hospitalização e aliviar a carga de nosso sistema de saúde", afirmou no sábado Stephen Hahn, comissário da FDA.

O presidente da Regeneron, Leonard Schleifer, acredita que a decisão representa "um importante passo na luta contra a covid-19, já que os pacientes de alto risco nos Estados Unidos terão acesso a um tratamento promissor durante o estado inicial da infecção".

De acordo com a FDA, foi comprovado que o tratamento com REGEN-CoV2, uma combinação de dois anticorpos fabricados em laboratório, reduz as hospitalizações ou visitas às salas de emergência de pacientes com covid-19 com doenças secundárias ou "comorbidades".

Esses anticorpos imitam a maneira de agir do sistema imunológico depois de contrair a covid-19, bloqueando a ponta do vírus que lhe permite penetrar as células humanas.

A Regeneron recebeu mais de 450 milhões de dólares em investimento do governo americano para o desenvolvimento de tratamentos para lutar contra a covid-19 como parte da operação "Warp Speed", criada por Donald Trump para imunizar a população americana o quanto antes.

- Facilitar o acesso à vacina -
A Itália, onde a pandemia matou mais de 48.000 pessoas, lançará uma "campanha de vacinação sem precedentes" no final de janeiro, começando com os cidadãos mais expostos à pandemia, anunciou o ministro da Saúde italiano, Roberto Speranza, no sábado.

Apesar dessas notícias promissoras na luta contra o coronavírus, a pandemia continua a assombrar o mundo.

A covid-19 já matou pelo menos 1.381.000 pessoas em todo o mundo desde que o escritório da OMS na China relatou o início da doença no final de dezembro de 2019, de acordo com uma contagem da AFP com base em fontes oficiais. Mais de 58 milhões de casos foram oficialmente registrados em todo o mundo.

Na Europa, fechamentos e outras restrições impostas à população em muitos países para lidar com a segunda onda da epidemia estão começando a dar frutos.

Na França, onde o número de novos casos, mortes e internações em terapia intensiva está diminuindo, as autoridades acreditam que o pico da segunda onda foi ultrapassado.

O governo britânico confirmou no sábado que o isolamento de quatro semanas na Inglaterra não se estenderá além de 2 de dezembro, quando voltará a um sistema de restrições locais.

Já Portugal decidiu no sábado "reforçar" as restrições para conter a epidemia, principalmente com o fechamento de escolas e repartições públicas na segunda-feira 30 de novembro e em 7 de dezembro, ambas datas vésperas de feriados.

Previsivelmente, a pandemia estava no centro das discussões da cúpula virtual do G20, que começou no sábado em Riade.

Os líderes mundiais prometeram no domingo "não poupar esforços" para garantir o acesso equitativo às vacinas covid-19, embora tenham anunciado poucas medidas concretas.

“Apoiamos totalmente todos os esforços de colaboração”, afirmaram na declaração final da cúpula, referindo-se aos mecanismos de combate ao vírus coordenados pela OMS.

Eles também se comprometeram a "atender às necessidades financeiras globais restantes", como as dos países pobres cujas economias foram devastadas pela crise de saúde.

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