HONRARIA

Líder rural do Pará vence prêmio na Suécia por defesa da Amazônia

Osvalinda Marcelino Alves Pereira é a primeira brasileira a ganhar o Prêmio Edelstam, que é concedido a pessoas ou instituições que contribuíram significativamente para a defesa dos direitos humanos. A líder comunitária e trabalhadora rural luta pela defesa da floresta amazônica no Pará

Ana Luísa Santos*
postado em 24/11/2020 16:34 / atualizado em 24/11/2020 16:35
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

Osvalinda Marcelino Alves Pereira é a primeira brasileira a vencer o Prêmio Edelstam, na Suécia. A premiação é concedida a pessoas ou instituições que contribuíram significativamente para a defesa dos direitos humanos. Osvalinda é líder comunitária e trabalhadora rural. Ela luta pela defesa da Floresta Amazônica no Pará. As informações são da Rádio França Internacional (RFI).

A presidente do júri do Prêmio Edelstam, Caroline Edelstam, destacou a corajosa atuação de Osvalinda na denúncia contra a extração de madeira ilegal na Amazônia, apesar das constantes ameaças que a líder comunitária recebe. "É um exemplo importante da resiliência necessária para proteger e defender o meio ambiente", afirma Caroline.

A presidente do júri da premiação ainda destaca que o Brasil assinou o Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas e que havia se comprometido a acabar com a extração de madeira ilegal da floresta tropical até 2030. "As autoridades têm falhado em implementar e fiscalizar suas leis ambientais na Amazônia", ressalta.

Em entrevista à RFI, Osvalinda diz que o prêmio caiu do céu. "Eu, meu marido e minha família sentimos que nós não estamos sozinhos no meio da floresta amazônica. Tem pessoas olhando pela gente. Nós somos os guardiões da floresta aqui, mas temos guardiões que olham por nós lá fora. E isso é muito gratificante”, diz a vencedora do prêmio.

A líder comunitária é ameaçada de morte há quase 10 anos. Ela integra a liderança do Projeto de Assentamento Areia, em Trairão, área destinada à reforma agrária e disputada por madeireiros e fazendeiros e que fica cerca de 900km de Belém.

Além disso, Osvalinda é presidente da Associação de Mulheres do assentamento Areia, criada por ela para desenvolver o reflorestamento de áreas devastadas pela extração de madeira e também para promover a agricultura orgânica sustentável. Ela recebeu o prêmio nesta terça-feira (24/11).

Prêmio Edelstam

A premiação é concedida a pessoas e instituições que contribuem de forma excepcional na defesa dos direitos humanos. O prêmio foi instituído em homenagem ao diplomata e embaixador sueco Harald Edelstam. O embaixador ficou conhecido por ajudar centenas de judeus e militantes da resistência a escapar da perseguição nazista na Noruega. Ele também ajudou a resgatar mais de 1,3 mil pessoas da prisão ou da morte após o golpe militar no Chile, em 1973.

 

*Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca

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