A empreiteira brasileira Camargo Correa defendeu sua participação na construção da maior hidrelétrica da Colômbia, obra em andamento que está sendo objeto de investigação tributária por atrasos e custos extras.
"Nestes 8 anos, todas as etapas da obra foram previamente validadas pelo seu cliente, cumprindo os compromissos contratuais", afirmou a construtora em mensagem enviada à AFP.
O projeto Hidroituango, que deve cobrir um quinto da demanda de energia do país, começou no noroeste da Colômbia em 2010, e sua conclusão estava prevista para o final de 2018.
No entanto, dois anos depois, a obra está inacabada e foi cenário de uma emergência em que um bloqueio no único túnel de drenagem da barragem causou uma repentina inundação que obrigou a evacuação de 25.000 pessoas, em abril de 2018.
Na última quinta-feira, a controladoria colombiana acusou Camargo Correa junto com outros 27 ex-funcionários e empreiteiros em um processo por supostas "falhas e improvisações" na construção da hidrelétrica.
As obras estão sendo executadas pelo consórcio CCC Ituango, formado pelas brasileiras Camargo Correa (55%) e as colombianas Conconcreto (35%) e Coninsa-Ramón H (10%).
Segundo a entidade de fiscalização, a construtora terá de responder especificamente por "atrasos sistemáticos" na execução da obra.
A empresa brasileira afirmou estar "contribuindo de forma transparente" com a investigação e expressou sua confiança "nos órgãos competentes para avançar em prol da integridade e da transparência, essenciais para a conclusão da obra", prevista para 2022.
Após a imputação dos encargos, será realizado um processo de responsabilidade fiscal, que não implica sanção penal, mas que pode levar à apreensão de bens.
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