Pandemia

Califórnia volta a se confinar em meio a aumento de casos de covid-19

A ordem de confinamento no sul da Califórnia inclui o fechamento da maioria dos escritórios e a proibição de reuniões, enquanto bares e serviços, como salões de beleza, permanecem fechados e os restaurantes só podem vender comida para viagem

Agência France-Presse
postado em 07/12/2020 18:46
 (crédito: MARIO TAMA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
(crédito: MARIO TAMA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

A Califórnia colocou 20 milhões de pessoas em confinamento nesta segunda-feira (7), em meio ao forte aumento de casos nos Estados Unidos e enquanto o Reino Unido se prepara para iniciar sua campanha de vacinação contra o novo coronavírus.

A ordem de confinamento no sul da Califórnia inclui o fechamento da maioria dos escritórios e a proibição de reuniões, enquanto bares e serviços, como salões de beleza, permanecem fechados e os restaurantes só podem vender comida para viagem.

"Estamos em um ponto-chave em nossa luta contra o vírus e devemos tomar medidas decisivas agora para evitar que o sistema de saúde da Califórnia seja sobrecarregado", disse o governador Gavin Newsom antes das medidas entrarem em vigor.

Nos Estados Unidos, o país com o maior número de vítimas, as mortes passam de 280 mil e os contágios superam os 14,7 milhões.

Nas últimas semanas, em alguns dias foram registrados mais de 2.500 óbitos no país, números que recordam os momentos críticos da primeira onda da pandemia.

Nas últimas 24 horas, 181 mil novos casos foram contabilizados nos Estados Unidos, de acordo com a Universidade John Hopkins, incluindo o advogado pessoal do presidente Donald Trump, Rudy Giuliani.

Giuliani, que frequentemente aparece em público sem máscara, tuitou que recebeu "grande atenção" e se sentia "bem" depois de ser hospitalizado.

- Não baixar a guarda -
A pandemia já deixa mais de 1,5 milhão de mortes e 67 milhões de infecções em todo o mundo. Esses são os números oficiais, mas os números reais são, sem dúvida, muito maiores.

A segunda onda obrigou as autoridades de muitos países a retomar diversas restrições, sobretudo na Europa. As medidas devem prosseguir, ao menos parcialmente, durante as festas de Natal e Ano Novo.

Este é o caso da Itália, que superou a marca de 60 mil mortes por covid-19 no domingo e onde o ministro da Saúde, Roberto Speranza, advertiu que "não será possível baixar a guarda" durante as festas.

Na Alemanha, as autoridades informaram a curva de contágios não diminuiu como o esperado e as restrições podem aumentar nos próximos dias.

A epidemia também afeta a América Latina e o Caribe, com um aumento de 18% dos casos em uma semana. A região supera 458 mil mortes e 13,5 milhões de contágios.

Como consequência dessa alta, a região metropolitana de Santiago, onde vive mais de um terço da população do Chile, voltará à quarentena durante os fins de semana a partir da quinta-feira.

Mas em alguns casos a situação está melhor e as normas são flexibilizadas, como no Peru, que autorizou a reabertura nesta segunda-feira de cinemas, teatros, academias e cassinos, com público limitado.

Um vislumbre da vida normal luta para prevalecer apesar das restrições. Nas últimas horas países como Venezuela, Gana e Romênia organizaram eleições em meio a importantes medidas de segurança devido à pandemia.

- Maratona -


O Reino Unido se tornará nesta terça-feira o primeiro país ocidental a iniciar uma campanha de vacinação contra o coronavírus, um dia histórico para os laboratórios Pfizer e BioNTech, que começam lá a comercialização mundial de sua vacina contra a covid-19.

"Será o "dia V", de vacina... Ou de vitória", disse o ministro da Saúde, Matt Hancock.

País mais afetado pela pandemia na Europa em termos absolutos, com 61 mil mortes, o Reino Unido começará imunizando idosos e trabalhadores da linha de frente da luta contra o vírus, juntando-se assim à Rússia e China, que já iniciaram a vacinação.

A China começou a inocular uma vacina experimental produzida pela Sinopharm em alguns grupos considerados prioritários, enquanto a Rússia começou a imunizar a população no sábado com sua vacina, a Sputnik V.

Em um primeiro momento, a campanha do Reino Unido será implementada apenas em hospitais, devido à necessidade de manter a vacina a uma temperatura muito baixa, entre -70ºC e -80ºC. Depois serão estabelecidos 1.000 centros de vacinação.

"Saber que estão aqui e que estamos entre os primeiros do país a receber a vacina e, portanto, os primeiros do mundo, é simplesmente incrível", afirmou Louise Coughlan, farmacêutica-chefe do hospital universitário de Croydon, no sul de Londres.

A rainha Elizabeth II, de 94 anos, e seu marido, o príncipe Philip, de 99, estarão entre os primeiros a receber a vacina.

A campanha de vacinação será mais parecida com "uma maratona ou uma corrida de fundo, mais do que uma corrida de velocidade", advertiu o diretor médico do Serviço Nacional de Saúde (NHS), Stephen Powis.

O Reino Unido pediu 40 milhões de doses desta vacina, suficientes para 20 milhões de pessoas, já que cada indivíduo deve receber duas doses com 21 dias de diferença.

Isto representa menos de um terço de sua população (66,5 milhões), mas o país conta com a autorização em breve de outras vacinas, especialmente a britânica da AstraZenaca/Oxford, para ampliar a campanha de imunização.

- Corrida final -


Os Estados Unidos pretende dar luz verde às vacinas até o fim do mês, enquanto Bélgica, França e Espanha planejam campanhas de vacinação para janeiro, também com foco inicial nos mais vulneráveis.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem atualmente 51 vacinas candidatas, 13 delas em fase final de testes clínicos.

Na China, o laboratório Sinovac Biotech anunciou nesta segunda que receberá um financiamento de 515 milhões de dólares do grupo chinês Sino Biopharmaceutical para desenvolver sua vacina, a CoronaVac, da qual espera produzir 600 milhões de unidades até o final do ano.

A vacina está na fase 3 de ensaios clínicos em vários países, como o Brasil, mas o regulador chinês ainda não deu permissão para sua comercialização.

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