Justiça

Promotoria pede prisão perpétua para acusados por atentados contra Charlie Hebdo

Os ataques que ocorreram em janeiro de 2015 contra a revista satírica Charlie Hebdo e um supermercado de produtos kosher deixaram 17 mortos na França

Agência France-Presse
postado em 08/12/2020 11:23
Este esboço de tribunal criado em 4 de dezembro de 2020 mostra o advogado do Charlie Hebdo, Richard Malka, no tribunal do
Este esboço de tribunal criado em 4 de dezembro de 2020 mostra o advogado do Charlie Hebdo, Richard Malka, no tribunal do "Tribunal de Paris" em Paris durante o julgamento de 14 pessoas suspeitas de serem cúmplices dos assassinatos de jihadistas Charlie Hebdo e Hyper Cacher. - (crédito: Benoit PEYRUCQ / AFP)

A Promotoria antiterrorista francesa solicitou nesta terça-feira penas que vão dos cinco anos de detenção até prisão perpétua contra os 14 acusados no julgamento dos ataques de janeiro de 2015 contra a revista satírica Charlie Hebdo e um supermercado de produtos kosher.

Os 14 réus estão sendo julgados desde janeiro em Paris por suposto apoio logístico aos três autores materiais dos ataques, que morreram depois de cometer os crimes. Os atentados deixaram 17 mortos entre 7 e 9 de janeiro de 2015 e provocaram indignação na França e ao redor do mundo.

A Promotoria solicitou as penas mais severas, de prisão perpétua, contra Mohamed Belhoucine, julgado à revelia por "cumplicidade" em crimes terroristas e supostamente morto na Síria, e contra o franco-turco Ali Riza Polat, apresentado como "braço direito" do autor do ataque contra o supermercado Hyper Cacher, Amédy Coulibaly.

Polat, que tinha 30 anos no momento dos ataques, "ocupou um lugar especial ao longo do julgamento", destacou um dos procuradores, Jean-Michel Bourlès, que descreveu o acusado como "impulsivo, intolerante ante a frustração, intolerante ante a contradição".

Ali Riza Polat sabia "sem dúvida da proximidade comprovada de Coulibaly com a ideologia jihadista", disse Bourlès.

"Embora negue, tinha um conhecimento preciso do projeto terrorista", completou, antes de afirmar que o acusado conhecia "todos os protagonistas" do caso e estava presente "em todas as etapas da preparação" dos atentados.

A Promotoria solicitou 30 anos de prisão e um período de segurança de dois terços para Hayat Boumeddiene, ex-companheira de Coulibaly, que foi julgada à revelia. As autoridades não sabem o seu paradeiro desde sua fuga para a Síria poucos dias depois dos atentados.

Os procuradores também solicitaram penas de entre 5 a 20 anos de prisão para os outros 11 acusados, julgados por suposto apoio logístico aos irmãos Sherif e Saïd Kouachi, os autores do ataque ao Charlie Hebdo - que foram mortos pela polícia - e Amédy Coulibaly.

O veredicto está previsto para 16 de dezembro.

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