Pandemia

Trump exige aprovação da vacina da Pfizer e ameaça chefe da FDA

Esperava-se uma decisão da FDA para o fim de semana de qualquer forma, mas o próprio presidente Donald Trump tuitou na manhã desta sexta que a agência era uma "grande tartaruga velha e lenta".

Agência France-Presse
postado em 11/12/2020 18:49
 (crédito: ALEX EDELMAN / AFP)
(crédito: ALEX EDELMAN / AFP)

A Casa Branca ordenou nesta sexta-feira (11) ao chefe da FDA, agência que regulamenta medicamentos nos Estados Unidos, que autorize a vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 no mesmo dia ou apresente sua renúncia, de acordo com o jornal Washington Post.

Esperava-se uma decisão da FDA para o fim de semana de qualquer forma, mas o próprio presidente Donald Trump tuitou na manhã desta sexta que a agência era uma "grande tartaruga velha e lenta".

"Libere a maldita vacina AGORA, Dr. Hahn", escreveu Trump. O Reino Unido já começou a vacinar sua população e outros países já deram o sinal verde.

Segundo o jornal, o chefe de gabinete de Trump, Mark Meadows, pediu diretamente a Stephen Hahn, o diretor da FDA, para finalizar o processo na sexta-feira ou então renunciar. O New York Times relatou ainda que ele teria aconselhado o médico a preparar seu currículo se não aprovasse a vacina no mesmo dia.

A pressão deve levar o regulador a tomar a decisão da autorização na noite desta sexta, em vez da manhã de sábado, o que a tornaria uma das autorizações mais rápidas da história do órgão para uma vacina: os fabricantes enviaram o pedido há apenas três semanas.

Isso não deve alterar o cronograma de início da vacinação no país, anunciado na manhã de sexta pelo secretário de Saúde Alex Azar para segunda-feira.

"Vamos trabalhar com a Pfizer na distribuição [da vacina] para que possamos ver as pessoas sendo vacinadas na segunda ou terça-feira da próxima semana", afirmou ele à ABC.

Não há mais obstáculos à autorização: a própria FDA concluiu em um relatório que a vacina é segura e eficaz, e um comitê consultivo de especialistas independentes da agência recomendou formalmente na quinta-feira a autorização.

As doses serão entregues diretamente a hospitais e farmácias para que sejam vacinados os dois grupos prioritários: residentes de asilos e profissionais de saúde.

A FDA terá que dizer em sua aprovação para quais populações a vacina será autorizada e especificar quaisquer contra-indicações.

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