Pandemia

EUA inicia grande operação para distribuir primeiras vacinas contra covid-19

Os Estados Unidos são o país mais afetado pela pandemia, com mais de 16 milhões de infecções registradas e quase 300.000 mortes

Correio Braziliense
postado em 13/12/2020 16:10
 (crédito: Natalia KOLESNIKOVA / AFP)
(crédito: Natalia KOLESNIKOVA / AFP)

Milhões de vacinas covid-19, armazenadas a -70° C em gelo seco, estão sendo enviadas para todos os cantos dos Estados Unidos: uma gigantesca operação de distribuição logística que começou neste domingo com o objetivo de administrar as primeiras doses na segunda-feira.

Essa impressionante exibição reflete o senso de urgência na principal potência econômica mundial, onde quase 300.000 pessoas já morreram com o novo coronavírus, o equivalente à população de uma cidade como Cincinnati (Ohio, noroeste).

Um exército de caminhões carregados com milhares de doses da vacina Pfizer/BioNTech, embaladas em caixas contendo até 4.725 injeções cada, deixou a fábrica da Pfizer em Kalamazoo, Michigan (norte) neste domingo, rumo a centros estratégicos das empresas UPS e FedEx parcel services, que serão responsáveis pela sua distribuição.

A Pfizer estima que 20 aviões transportarão suas vacinas diariamente para populações de todo o país, incluindo a tribo nativa americana dos Navajo, que foi duramente atingida pela pandemia.

"Esperança" 

O objetivo é entregar o primeiro lote de vacinas em 24 horas a todos os hospitais e locais que o solicitarem e vacinar os primeiros americanos imediatamente. "Tenho esperança de que isso seja feito muito rapidamente. Esperançosamente amanhã (segunda-feira)", disse o chefe da Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, Stephen Hahn, à CNN.

Por precaução, das 6,4 milhões de doses disponíveis, apenas metade será entregue, sendo o restante reservado para a segunda dose necessária três semanas depois.

Nessa primeira fase, cerca de três milhões de pessoas serão imunizadas. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) recomendaram priorizar residentes de lares de idosos (3 milhões de pessoas) e profissionais de saúde (21 milhões).

A vacina da dupla alemã-americana Pfizer/BioNTech, da qual o governo dos Estados Unidos comprou 100 milhões de doses, é 95% eficaz e já começou a ser administrada no Reino Unido.

"Um inferno" 

Porém, diante dessas boas notícias, as autoridades temem que os americanos baixem a guarda. O país continua a registrar um número recorde de infecções, regularmente excedendo 200.000 casos e atingindo até 3.000 mortes diárias.

Os Estados Unidos são o país mais afetado pela pandemia, com mais de 16 milhões de infecções registradas e quase 300.000 mortes por covid-19. Entretanto, o número real de mortos está subestimado devido à falta de evidências no início da pandemia. Ao contrário da primeira onda da primavera boreal, desta vez o surto atinge todo o país.

E embora as primeiras vacinações em seu estado estejam marcadas para terça-feira, o governador de Nova Jersey, Phil Murphy, disse que espera uma pandemia "infernal" nas próximas semanas, exortando os residentes a evitar grandes reuniões familiares durante a temporada de férias.

Para atingir a imunidade coletiva, sinônimo de retorno à normalidade, entre 75% e 80% da população dos Estados Unidos precisaria ser vacinada, alertam os especialistas. Isso não acontecerá antes de "maio ou junho", segundo Moncef Slaoui, assessor científico da operação de vacinação do governo.

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