EUA

Trump minimiza ação de hackers

Presidente afirma que ciberataque contra agências americanas está sob controle e evita suspeitas contra a Rússia, lançando-as sobre a China

Correio Braziliense
postado em 19/12/2020 22:45 / atualizado em 19/12/2020 22:46
 (crédito: Mandel Ngan/AFP - 29/5/20)
(crédito: Mandel Ngan/AFP - 29/5/20)

Num discurso diferente do adotado por integrantes de seu gabinete, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizou, ontem, o ciberataque gigantesco contra as agências do governo. O chefe da Casa Branca garantiu que a situação está gerenciada e subestimou a importância das acusações de subordinados sobre a responsabilidade da Rússia no ocorrido. “Fui completamente informado e tudo está sob controle”, tuitou Trump, em seus primeiros comentários públicos sobre o ataque.

O presidente americano tirou as suspeitas sobre Moscou, lançando-as, ainda que de forma indireta, sobre Pequim. “Rússia, Rússia, Rússia é o canto prioritário quando algo acontece”, postou, sugerindo que a China poderia estar envolvida. Os russos negam qualquer envolvimento no ataque.

Ainda sem digerir a derrota para o democrata Joe Biden, Trump aproveitou para retomar as acusações de fraude nas eleições de 3 de novembro. “Também poderia ter havido um ataque às nossas ridículas máquinas de votação” , disse o presidente em fim de mandato, assinalando “que, agora, é óbvio que ganhei, tornando isso uma vergonha ainda mais corrupta para os Estados Unidos”.

As declarações de Trump foram feitas horas depois que o secretário de Estado, Mike Pompeo, acusou a Rússia de estar por trás do ataque cibernético, que também afetou outros alvos no mundo. “Acho que agora podemos dizer que está bastante claro que foram os russos que participaram dessa atividade”, declarou Pompeo no programa The Mark Levin Show.

Ontem, o Departamento de Estado informou que os Estados Unidos fecharão seus dois últimos consulados na Rússia, o de Vladivostok (extremo oriente) e o de Ecaterimburgo (centro). No entanto, não está claro se essas medidas entrarão em vigor antes de Biden tomar posse, em 20 de janeiro.

A Microsoft afirmou, na quinta-feira, ter notificado mais de 40 clientes afetados por malware, o que, segundo especialistas em segurança, permitiu aos atacantes acesso irrestrito às suas redes. Cerca de 80% das pessoas afetadas estão localizadas nos Estados Unidos.

Sem identificar autores, a Agência de Infraestrutura e Segurança Cibernética dos EUA afirmou que o ataque representava um “sério risco” e que frustrá-lo será “altamente complexo”. Diante da situação, a Otan anunciou que está realizando uma revisão completa de seus sistemas informáticos.

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