O primeiro voo comercial direto entre Israel e Marrocos que saiu nesta terça-feira (22/12) de Tel Aviv e a bordo estavam o genro do presidente americano Donald Trump, Jared Kushner, e um conselheiro do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, pousou em Rabat.
O voo é o resultado da recente decisão de normalizar as relações entre Israel e Marrocos, país que se tornou o quarto Estado do mundo árabe a assinar um acordo do tipo com Israel, depois dos Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Sudão.
Todos os acordos foram assinados com a mediação dos Estados Unidos.
"Estive aqui há alguns meses para o primeiro voo aos Emirados Árabes Unidos após este avanço histórico a favor da paz. Desde então, os voos comerciais fazem o trajeto diversas vezes ao dia entre os dois países (...) minha esperança é que este voo hoje em Marrocos crie a mesma dinâmica", declarou Kushner no aeroporto Ben Gurion de Tel Aviv.
"Nos últimos 75 anos, os judeus e os muçulmanos estiveram separados, algo que não é natural porque viveram juntos durante séculos nesta região (...) e o que observamos agora é um retorno a esta norma", completou Kushner, idealizador do plano da administração Trump para o Oriente Médio, duramente criticado pelos palestinos.
Antes da pandemia do novo coronavírus, Marrocos recebia a cada ano entre 50.000 e 70.000 turistas judeus, em sua maioria procedentes de Israel, mas de forma indireta, ou seja, com escalas em outros países.
"50.000 israelenses acabam de viajar a Dubai e o que acontece ali é uma revolução porque os cidadãos dos Emirados os receberam com entusiasmo (...) e o mesmo vai acontecer em Rabat e Casablanca", afirmou na segunda-feira Netanyahu, cujo conselheiro especial para a Segurança, Meir Ben Shabbat, também está no voo com destino a Rabat, da companhia israelense El Al.
O voo Tel Aviv-Rabat, que é passo inicial para a criação de uma conexão aérea entre os dois países, também será acompanhado pela assinatura de vários acordos.
"Vocês observarão que esta paz entre os judeus e os árabes fora de Israel está criando uma dinâmica nova, positiva, entre os judeus e os árabes dentro de Israel", acrescentou Netanyahu.
Ao aceitar oficialmente a normalização de suas relações com Israel, Marrocos obteve em troca de Trump o reconhecimento de sua "soberania" no Saara Ocidental, uma ex-colônia espanhola em disputa há décadas com os independentistas da Frente Polisário, apoiada pela Argélia.
Após a decisão de Trump, a ONU indicou que sua posição sobre o Saara Ocidental permanece "sem mudanças".
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